Sara ocidental: momento difícil entre a paz e guerra
O cessar fugo no Saara marroquino depende da polisário e Argélia. Uma barreira contra o movimentação das pessoas e mercadorias complica a passagem, á luz das mudanças e das relações do Magrebe, mantendo um obstáculo contra todas as iniciativas que possibilitam abrir a porta ao diálogo entre Marrocos e Argélia, uma saída para ultrapassar o tempo desperdiçado, e favorecer as relações de cooperação, virando a página escura e de tensão.
Quais são as razões que tornam esta situação estática, fato benéfico em termos dos equilíbrios estratégicos para as grandes potências influentes? O que leva essas potências a concordar para preservar esses equilíbrios à luz de um sistema internacional volátil?
O Doutor. Reda Al-Falah, Professor de Relações Internacionais e Direito Internacional da Universidade Ibn Zahr a Agadir, tratou num artigo, respondendo a essas duas perguntas e outras envolvendo o motivo da estagnação deste processo à luz das rápidas mudanças regionais e internacionais.
Eis a seguir o texto:
A questão do Saara marroquino à luz das rápidas mudanças regionais e internacionais perante esta disputa regional em torno do Saara marroquino, enquadrado na categoria de conflitos congelados, não resolvidos ou iniciados pelas grandes potências, o que explica no momento o fato não encontrar em ambos os cenários uma opção melhor do que manter o status quo, caracterizado por um estado sem paz nem guerra.
Isso reflete claramente a relutância deste conflito, através de seu peso diplomático ou da sua iniciativa de mediação, pressionando no sentido de uma solução política permanente.
Nesse contexto, parece que o manejo rotineiro desse processo sob os auspícios das Nações Unidas constitui de fato uma cobertura, sem uma verdadeira saída por parte das grandes potências, influentes fortemente nas resoluções do Conselho de Segurança, ou ainda diretamente por meio de iniciativas diplomáticas multilaterais.
Isso nos leva a indagar sobre os motivos que tornam esta situação estática, fato útil em termos de equilíbrios estratégicos para as grandes potências influentes, levando a concordar no sentido de preservar esses equilíbrios à luz de uma ordem internacional volátil.
Manter este conflito nesta posição, estatu-quo, quer dizer em primeiro lugar ter ferramentas para pressionar e influenciar as posições de Marrocos e Argélia.
À luz da estagnação da posição deste último e sua invocação a favor das propostas obsoletas, o conflito continua a ser iminente e uma escalada, uma vez a crise política interna sofuca e força Argélia a agir de forma imprudente e agressiva, longe de suas fronteiras.
O Estatu-quo do conflito constitui uma barreira para mudar a paisagem das relações do Magrebe, impedendo todas as iniciativas de abrir as portas ao diálogo entre Marrocos e Argélia, a fim de remediar face ao tempo perdido, através da construção de relações de cooperação, de integração, tornando a página de tensão e desarmonia, em prol de uma nova situação de paz e segurança regional.
Desde 2007, quando o Marrocos apresentou a proposta de autonomia, como base sólida para as negociações, visando uma solução definitiva, justa e aceitável entre todas as partes, além dos apoios internacionais a favor desta proposta, o que se reflete no nível de diplomacia efetivamente dos países influenciantes no sistema internacional, apontando o comunicado de todos os pareceiros nas ocasiões, cuja credibilidade da iniciativa marroquina se consolida em posições claras e tangíveis, sendo iniciativa de mediação.
Interrogando sobre os incentivos dos dirigentes da organização Polisario e do regime argelino sobre a apostagem da solução política pacífica e do conflito, num momento claro que a continuação desta situação serve apenas os objetivos de negociar o sofrimento e as dores do povo a Tindouf, onde se mantém as cadeiras e detenção arbitrária e desesperada à luz da intensificação do descontentamento popular e protestos contra a frente da polisário.
Os recentes acontecimentos da violação flagrante e de desrespeito do acordo de cessar-fogo só mancha a imagem da Argélia e deflagra a sua situação interna.
As conquistas de Marrocos, durante os últimos quatro anos no seu desenvolvimento nacional revelam a sua força e poder importantes, lembrando do declínio contínuo do número de países que reconhecem a suposta república sarauí, alargando o conflito do Saara perante ás resoluções do Conselho de Segurança, 2018, enfatizando o seu caráter regional, implicando a responsabilidade da Argélia na trajetória política como parte de tal disputa;
Sem falar do apelo explícito para negociar uma solução realista baseada no espírito de compromisso.
As partes anti-marroquinos mesmo ficando na posição de defender conceitos ultrapassados, como referendos ou secessão, conceitos irreais preconizado ser o direito à autodeterminação num momento que o sistema internacional denuncia estas tendências e movimentos separatistas, que contrariam o direito internacional e a jurisprudência, mantendo o conceito de autodeterminação interna, sem nenhum fundamento ou lógica histórica.
A constituição marroquina, baseada sobre a estratégia de desenvolvimento das regiões do Saara, garantindo a eficacia da iniciativa de autonomia. Apesar das provocações da Polisário com o apoio da Argélia, perante o bloqueio da passagem da Guerguerat, frente ao movimento comercial. Uma vez a polisário desesperado, o que constitui um verdadeiro suicídio da frente polisário, empurrando os civis, sobretudo as mulheres, crianças e velhos, para a zona desmilitarizada, estreitando as passagens, desta zona.
Por outro lado lembrando das sucessivas aberturas de muitos países de seus consulados a Laayoune e Dakhla, exemplo de uma dinâmica de reconhecimento internacional do Saara marroquino. Tanto as Nações Unidas ou as grandes potências continuam a exercer muita pressão sobre a frente e Argélia, contra a ameaça de guerra, como uma fuga da frente, convencidos de que a Argélia estar longe de fazer parte desta guerra.
A doutrina da hostilidade arraigada no regime argelino, contra qualquer a ascensão do Movimento Chengriha e Tebboun, conhecidos pelas tendências agressivas contro o Marrocos, descuidando da tendência inerente dos Estados, da crise interna, bem como do desespeiro dos preceitos históricos e religiosos que unem os dois povos..
Esta atual situação de crise, levou Argéçia a emendar a constituição, permitindo que o exército argelino intervir fora das fronteiras.
É certo que todos esses fatos e desdobramentos acompanham a possibilidade de um cenário de guerra, preparando todos os cenários face a todas as frentes, ao idealizar a paz, numa posição de prontidão para defender os direitos legítimos e a integridade nacional, de Marrocos.
Com sabedoria, firmeza, e a adesão à linha vermelha da soberania com a crença numa justiça da causa nacional.
Tal doutrina militar argelina, fossilizada na era da Guerra Fria, agarrando-se à miragem da cadeira numa posição de liderança na região do Magrebe, sem desperdiçar a riqueza do povo, ou falsificando e alterando os fatos históricos desta causa.
Por outro lado, a estratégia de Marrocos é contra o oposto absoluto da Argélia, bem como do fantoche separatista, apoiando uma lógica do conflito sem fundamento.
Finalmente, tal desordem da polisário contra a paz visa a chamar a atenção para que todos o povo está numa ponte necessária da união regional do Magrebe, o que triunfa a vontade dos povos e de seus direitos num ambiente regional, seguro e estável no quadro do desenvolvimento e da justiça social.
Lahcen EL MOUTAQI
Porfessor universitário, Rabat, Marroco