Marrocos e o Saara ocidental

O povo marroquino do norte ao sul comemora, dia 06 de novembro, a recuperação do saara, um território cuja polisário, facção separatista de Marrocos reclama como zona libertada da Espanha.

Em 6 de novembro 1975, foram mais de 350.000 marroquinos, voluntários do resto do país, mobilizados no sentido de romper com as "pretendidas" fronteiras artificiais que a Espanha estabeleceu no Saara ocidental. 

Trata-se de um evento excepcional e sem precedente. Com grande ousadia e orgulho "ardente", os marroquinos marchantes desafiaram as forças espanholas, armados, erguendo as bandeiras da pátria e o Alcorão, livro sagrado com fé. 

A operação tem sido planejado e supervisionada pelo falecido Rei Hassan II, 1975. 

Tal rei não quis compartilhar os detalhes com os opositores da pátria. Cristalizando tudo em completo sigilo. Ao esperar até que todas as campanhas das "Nações Unidas" no saara apaziguar-se, mobilizando ao mesmo tempo o seu exército, no sentido da  organização de uma marcha civil, pacífica, visando a expulsar a ocupação espanhola das províncias do sul.

Sem esperar por uma decisão "não vinculativa" das Nações Unidas, inevitavelmente apoia o lado espanhol, Hassan II antecipou os fatos, anunciando a organização da Marcha Verde.

 "já que o nosso saara não podia vir até nós, tínhamos que ir até ele", sublinhou o falecido rei, dirigindo-se ao seu povo num discurso histórico.

 

As Forças Armadas Reais empenharam-se nessa grande aposta nacional, mobilizando todas as suas unidades militares para garantir o deslocamento de mais de 350 mil marroquinos rumo ao Saara ocidental. 

Tal fato exige uma grande mobilização tanto das unidades militares terrestres e aéreas. As forças armadas iniciaram o processo de abertura de escritórios de registro de voluntários em todo o país sob a autoridade direta das autoridades regionais. 

Assim, as Forças Armadas Reais organizaram o processo dos regimentos, garantindo a participação das mulheres (cerca de 10%), cujos equipamentos e estruturas, 70 médicos e paramédicos. Além da mobilização dos meios de transportes, como os trens e caminhões do norte a leste de todo o país, tais voluntários foram a bordo de sete mil oitocentos e treze caminhões para a cidade de Agadir e, em seguida, para os centros temporários a Tan-Tan e Tarfaya, adjacentes à linha de contato entre Marrocos e a região disputada.

 

Por outro lado, as forças do exército acompanham a chegada do primeiro regimento, 23 de outubro de 1975, procedendo da província de Rashidiya. Para com algumas pessoas de lugares distantes como Tânger, Al Hoceima, Oujda ou Figuig, cuja distância de viagem para chegar à cidade atlântica de Tarfaya ultrapassa os 1500 km. 

A guarda real tem sido o controlador do movimento dos comboios, garantindo a segurança das estradas para não paralisar o trânsito normal de viajantes e mercadorias do país.

 

O falecido rei enfatizou no seu discurso à nação, ao dizer: "Caro povo, como eu disse em meu primeiro discurso, se você encontrar um espanhol, seja o que for, militar ou civil, aperta a sua mão e abraça-o,  compartilha com ele a comida e bebida, e convida-o para seu acampamento.

 

Não temos nada contra os espanhóis. "nem vingança, nem ódio, se quiséssemos guerra contra os espanhóis, não íamos enviado pessoas desarmadas, mas sim um exército valente.

O falecido rei Hassan II acrescentou ainda no seu discurso: "Abrace os seus irmãos e amigos espanhóis, militares e civis.

 

Se eles atirarem, então você deveria se armar com a sua fé e sua força, continuando na sua marcha. Não ver no final dela a não ser o que lhe agrade e satisfaça o seu conforto e consciência, e se os agressores não foram os  espanhóis que o atacaram ao longo de sua marcha, então saiba caro povo que o seu valente exército pronto para protegê-lo e assegurá-lo, contra qualquer agressor."

 A aposta foi sobre as Forças Armadas Reais no sentido de enfrentar qualquer agressão, partindo da facção da "Polisário" Monitorando o deslocamento de 350 mil marroquinos rumo ao Saara, por trás da linha de defesa. Por sua vez, as unidades militares aéreas e terrestres mobilizadas para qualquer ordem militar na direção dos separatistas.

 

Assim, as unidades militares foram mantida, por outro lado, no sentido de garantir os alimentos e combustível de forma segura para voltar às suas casas em paz e tranquilidade, cujos 300 caminhões e 1.200 ônibus mobilizados para o transporte e disponibilizar 23.000 toneladas de água.

Por fim, as Forças Aérea também engajados no sentido de vasculhar o solo, monitorando o andamento da marcha, além dos paraquedistas que visam a abastecer os participantes com sacos de farinha e alimentos de modo organizado, através de aeronaves (C130), porte grande e médio..

Lahcen EL MOUTAQIPesquisador universitário, Rabat- Marrocos

ELMOUTAQI
Enviado por ELMOUTAQI em 04/11/2020
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