O exército argelino volta a atacar o Saara marroquin
O jornal do Exército argelino, ligado ao instituto militar da Argélia, num artigo sobre o conflito do Saara marroquino, num nova edição do mês de outubro, dedicando um amplo espaço da edição anterior, em relação ao assunto do saara marroquino, refletindo mais uma vez a grande prioridade dos militares do vizinho oriental, em relação ao assunto do saara marroquino em detrimento aos outros assuntos nacionais deste país, Argélia.
A porta-voz do exército afirmou que a Argélia renova o seu compromisso de apoiar os esforços e iniciativas no sentido de restaurar a segurança e estabilidade ao continente " liberando o povo sarauí da opressão e da tirania do ocupante", considerando a região do Saara marroquino como a "última colônia" no continente africano.
O exército argelino tem tuitado fora do esquadrão, num momento em que as resoluções das Nações Unidas e do Conselho de Segurança da ONU saudam o papel dos dois comitês regionais do Conselho Nacional de Direitos Humanos a Laayoune e Dakhla, e a interação do Reino com os mecanismos do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, a revista oficial argelina volta a utilizar o jornal de direitos humanos contra o Marrocos nas terras do saara.
O exército argelino referiu-se à passagem da fronteira de Guerguerat, onde a milícia da Frente tenta provocar nos últimos dias revoltas para aumentar a tensão. Mas tal interesse do vizinho oriental bloqueiar a passagem de Guerguerat tem esbarrado numa forte recusa da Mauritânia.
As fontes de jornais mauritanas revelam que uma delegação militar mauritana de alto escalão tem visitado os campos de Tindouf, duraram horas, mantendo reuniões extensas com Ibrahim Ghali, líder da Frente Polisário, e pretendidos líderes militares e segurança.
O encontro, que não foi divulgado à imprensa, referiu a recusa de Nouakchott em fechar a passagem da Guerguerat, face aos grandes prejuízos que isso pode causar à economia mauritana nesta difícil circunstância, relacionada com o impacto da pandemia "Corona" 19.
Tal edição da revista revela muitas contradições e paradoxos a respeito da desminagem do Saara. Sendo depois do recente relatório do Secretário-Geral das Nações Unidas que indicou que a Polisario impede o pessoal da "MINURSO", do Departamento de Ação contra Minas de acessar ao local de Bir Lahlou para realizar suas inspecções, o exército argelino tratou dos esforços da organização separatista para remover e destruir as minas.
Sr Abdelkader Omar Talib, pretendido "embaixador da Polisario" na Argélia, numa entrevista à revista do Exército argelino, ameaçou agravar a situação em Guerguerat e incendiar a região caso o impasse continuasse, retardando na nomeação de um novo enviado da ONU para o saara ocidental.
A esse respeito, tem dito: "tem-se encontrado numa encruzilhada, pois não é mais possível permanecer neste impasse atual. Ou acontecer um recomeço correto ou recomeça com a tomada de medidas sérias que obriguem o obstrutor a responder à legitimidade, ou a retornar ao primeiro quadrado, com a escalada da tensão, podendo explodir a situação. "
Finalmente, os observadores acreditam que a escalada do exército argelino sobre o Saara marroquino, vendo na resposta à condenação sem precedentes da ONU às violações da "Polisário", com base nos diferentes relatórios do António Guterres, apresentados ao Conselho de Segurança da ONU, contra qualquer tentativa que visa influenciar a decisão periódica do Conselho de Segurança em relação à renovação do mandato da próxima missão MINURSO, 31 de outubro 2020.
Lahcen EL MOUTAQl
Pesquisador universitário, Rabat, Marrocos