Argélia e Marrocos, um diálogo construtivo para superar as diferenças do passado

Uma nova abertura sobre a iniciativa do rei Mohammed VI para dialogar e superar os problemas pendentes entre o vizinho argelino e Marrocos, caracterizada como uma nova étapa na historia de relações bilaterais ao longo das décadas.

Desta vez o apelo veio do porta-voz oficial do governo argelino, Ammar Belhimer considera a resolução das divergências bilaterais e a realização de uma real aproximação entre Rabat e Argel, possível, através de uma abordagem de diálogo e de cooperação.

Ao contrário do que está sendo promovido pela liderança argelina, controlada pelas rodas de decisão dos generais, com uma grande hostilidade aos interesses marroquinos, o porta-voz do governo argelino saudou qualquer iniciativa de construção e de reunificação, através do método de diálogo, legítimo com total transparência, respeitando a privacidade e a soberania de cada país, sem prejuízo dos princípios básicos da diplomacia, construída. Sobre os valores de não interferir nos assuntos internos de nenhum dos dois país.

Nos outros momentos, o diálogo bilateral entre os dois países atingiu os níveis avançados, visando a impulsionar as relações no sentido da cooperação, descartando as diferenças, cuja principal causa a questão do Saara marroquino. No entanto, as saídas do presidente argelino em relação às relações com Rabat sempre têm levado o arquivo do "acordo" diplomático ao ponto zero.

O Marrocos parece ter dado o tempo suficiente ao lado argelino para estudar a viabilidade da iniciativa, apresentada pelo rei Mohammed VI no discurso de março de 2018, uma iniciativa para abrir um diálogo direto e incondicional, através de um comitê político conjunto, trabalhando sobre todas as questões sem exceção, com o objetivo de normalizar as relações marroquino-argelinas, transcendendo com o impasse não natural a um nível que não corresponde a realidade dessas relações entre os dois países, irmãos.

A este respeito, Belhamir afirmou que “Marrocos é um país vizinho e irmão”, ligado com Argélia “em relações á profundidade histórica e cultural”, que os dois países compartilham como “um objetivo comum, trabalhando para alcançar a construção de um edifício unificado do Magrebe, cujas condições disponibilizadas, a vontade política dos dirigentes de dois países, um destino compartilhado à luz dos desafios atuais, face a um mundo preocupado com a causa das repercussões da crise sanitária ”.

O responsável argelino anotou que: “Não presta a atenção a qualquer tentativa para mudar o clima entre os povos fraternos marroquino e argelino, considerando que o objetivo supremo é mobilizar energias e motivar as vontades para construir uma União Magrebiana, forte na qual se proteja os interesses e se defenda a unidade”.

Alguns círculos oficiais no vizinho oriental continua ainda vinculando o destino das iniciativas de "diálogo" pela necessidadde de encontrar uma solução para a questão do Saara primeiro e, depois, avançar no sentido do fortalecimento da cooperação econômica e diplomática, abrindo canais de consulta e alcançando a integração do Magrebe.

Finalmente, o rei Mohammed VI tem dito que Marrocos, disposto a retomar um diálogo direto e franco com seu vizinho oriental da Argélia para superar as diferenças, circunstanciais e substantivas que impedem o desenvolvimento das relações entre os dois países, sublinhando no seu discurso do 43º aniversário da Marcha Verde, um mecanismo conjunto para o diálogo direto, correspondendo as propostas argelinas para superar a disputa, entre os dois países.

Lahcen EL MOUTAQI

Professor universitário, Rabat-Marrocos

ELMOUTAQI
Enviado por ELMOUTAQI em 27/08/2020
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