“Epidemias contemporâneas e seus desafios relacionados à histeria coletiva”

No séc. XIX a Peste Negra arrasou a Europa, ceifando milhares de vidas e causando um caos no continente. A infecção, causada pelo bacilo "Yersinina pestis", se espalhou devido á falta de saneamento básico e precárias condições de higiene e moradia, ás quais estava submetida a população da época. Essa peste matou quase um terço da população europeia. Entre 1918 e 1920, a Gripe Espanhola atingiu toda a população mundial matando milhares de pessoas; se espalhou enquanto os soldados voltavam para suas casa após a Primeira Guerra Mundial. Em 2002, o SARS ,uma infecção respiratória que surgiu na Ásia, matou cerca de oitocentas pessoas, mas foi controlada. Atualmente a COVID-19, doença causada por um vírus extremamente mortal, de fácil contágio, se espalhou rapidamente pelo mundo, deixando as pessoas assustadas e forçando milhares a ficar em casa para evitar o contágio. Essa situação é um fator que pode levar as pessoas a um quadro de histeria coletiva, se não forem tomadas providências para preservar a saúde mental da população.

Histeria coletiva é um distúrbio psicológico em que um grupo de pessoas passa a ter, ao mesmo tempo, um comportamento estranho ou adoecer sem uma causa aparente. A população acometida tende a ficar mais ansiosa e perder o controle sobre atos e emoções, além de turbinar os sentidos, como tato, olfato, paladar etc. O contexto atual, de incerteza em relação ao futuro, pandemia global, instabilidade econômica, a necessidade de ficar em casa e a impotência diante das circunstâncias, são um contexto favorável ao desenvolvimento de histeria coletiva. Vale ressaltar que atualmente transtornos emocionais como depressão e ansiedade tem tomado dimensões epidêmicas. O excesso de informação, o imediatismo e a ânsia por ter o controle das situações tem contribuído para isso. O estilo de vida nas grandes cidades acostumou as pessoas a viver em movimento e a estar sempre produzindo, o que pode tornar a necessidade de ficar em casa, um fator de stress.Fica evidente que no contexto atual a histeria coletiva é um risco eminente, pois as coisas não vão bem e as pessoas exitam em buscar ajuda.

Ademais, os meios de comunicação em massa, desempenham importante papel nesse contexto, pois controvérsias nas informações e o número de vezes em que se fala de um determinado assunto pode impressionar e impactar a mente das pessoas em relação ao mesmo. A mídia tem grande influência no modo de pensar da população, até mesmo a maneira como são passadas as notícias tem seu impacto. Vários veículos de informação (TV, internet, jornais e revistas) publicam a cada instante dezenas de notícias sobre a COVID-19, seus sintomas, forma de contágio, número de mortos e atitudes das autoridades a respeito.Isso pode levar as pessoas a pensar constantemente no assunto, porém não há nada que possa ser feito além de seguir as recomendações da OMS para prevenção. O excesso de informação pode gerar um excesso de preocupação e este pode levar á ansiedade e stress.

Fica claro, portanto, que o contexto atual pode desencadear uma crise global de histeria coletiva. Faz-se necessário que a mídia repasse as informações de forma equilibrada, de forma a acalmar a população. É preciso reduzir o número de vezes em que se refere á COVID-19 e que sejam repassadas as informações de forma a evitar caos e desespero, utilizando mecanismos linguísticos necessários para tanto.Também cabe ao indivíduo buscar auxílio profissional pela internet para que suas inquietações e possíveis distúrbios possam ser tratados da melhor forma possível, de forma que os riscos de a humanidade ser acometida por histeria coletiva sejam reduzidos.

Elisabete de Jesus
Enviado por Elisabete de Jesus em 05/08/2020
Reeditado em 06/08/2020
Código do texto: T7026934
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