O protetorado e as dívidas, motivo para impor controle

O livro do pesquisador francês Adam Barbie, intitulado ( cruzamente das estradas), tratando sobre a dívida pública no Marrocos do ponto de vista econômico histórico, explicando o papel da França no endividamento, motivo para impor o controle sobre o Reino.

O livro, publicado em língua francesa, cujo título é "Dette publique & impérialisme au Maroc 1856-1956", explicando e revelando como a dívida pode constituir um instrumento, uma das principais armas, ao lado de meios políticos, diplomáticos e militares, usados pelas potências coloniais, lideradas pela França, para impor a assinatura do Tratado de Protetorado, 1912.

O autor se baseou sobre várias operações e dados econômicos, pertencentes aos arquivos dos bancos franceses e das instituições financeiras européias, considerados importantes num"período da história difícil a entender, sem esses dados econômicos".

O autor Barbie indicou que "algumas grandes batalhas que antecedem a assinatura do Tratado do Protetorado, Fez 1912, mas esta dívida insustentável levou ao protetorado francés no Marrocos". Abordando os mecanismos econômicos e diplomáticos, por trás do "estrangulamento financeiro", da política imperialista da dívida que ajudou na Expansão colonial européia no século XIX.

Neste livro aborda também que " a importância da dívida no Marrocos não se limitou ao período da colonização e da invasão francesa, mas autorizou aos atores financeiros ocupar uma posição-chave na economia colonial".

Tal livro tratou do período entre 1856 e 1956, "uma história econômica, política e diplomática, na qual a dívida representa o fio comum, bem como o fio oculto na turbulência que levou ao surgimento do Marrocos moderno".

O economista francês Thomas Piquetti tem dito que este livro explicou que: "Adam Barbie analizou precisamente os mecanismos de tratados desiguais que permitiam às potências coloniais controlar muitos países de origens estrangeiras, como no caso de Marrocos como esta lógica foi executada".

Sr Piketty apontou que o cenário pelo qual se baseava "começando a usar pretextos bastante convincentes, como abrir as fronteiras o suficiente, os tumultos contra cidadãos europeus ou a necessidade de manter a ordem pública, visando uma operação militar".

Acrescentando que "Após o lançamento da operação, aparece as concessões judiciais e financeiras, levando finalmente à administração aduaneira e ao controle de todo o sistema tributário, bem como sobre o país como um todo.

Tal livro, publicado de 224 páginas, consiste em cinco capítulos tratando da questão do imperialismo econômico e de Marrocos no século XIX, bem como o Marrocos diante da Europa no período, 1856 a 1900, e das dívidas na era do protetorado,1900 a 1912, das instituições soberanas, resultado da dívida marroquina e dívida sob a colonização de Marrocos. O Banco de Paris e dos Países Baixos no Marrocos.

Finalmente, o autor do livro, Adam Barbie, formado da Escola de Economia de Paris e do Instituto Nacional de Línguas e Civilizações Orientais, além detém três licenciaturas da Sorbonne em economia, sociologia e história.

Lahcen EL MOUTAQI

Pesquisador unviersitário – Rabat- Marrocos

ELMOUTAQI
Enviado por ELMOUTAQI em 28/07/2020
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