Liana (Capitulo II)

Na América, na casa dessa família, ela exercitava o seu amor além das fronteiras conhecidas, e alargava o conceito de família, nos cuidados com a criança refinava seus próprios sentimentos e nas noites frias aquecia sua alma na leitura das escrituras sagradas.

Mas Deus queria mais de Liana, mais que seu sorriso, mais que suas palavras, Deus queria sua vivência, ao findar de um ano, aquele amor percebeu Liana e sua grandeza, e foi buscar a sua metade na América.

Liana aceitou o pedido de casamento e voltou para o Brasil, aqui juntos eles cresceram, tiveram seus filhos e quando tudo parecia sorrir para Liana aqui na Terra do Cruzeiro, com: mãe próxima; profissão consolidada; o trabalho na igreja, que prosperava imensamente; o sogro vem viver com eles; marido sempre trabalhando, aquela correria da vida. Ela sempre organizada, casa sempre limpa, cheirosa; numa noite quando ela retornou ao lar depois de um dia longo de trabalho, sentiu um cheiro horrível de fezes humanas, o sogro havia feito uma bagunça no banheiro, Liana estava cansada e começou a descarregar todo o seu stress e mau-humor sobre seu sogro, enquanto limpava aquela bagunça.

Deu banho, colocou na cama, e foi terminar a limpeza, enquanto limpava, ouviu uma voz, que falava ao seu coração.

“_ Filha, na igreja você se senta na calçada com os mendigos, você os abraça, fala de mim para eles, você os alimenta mesmo quando o cheiro deles é insuportável para outros, e agora age dessa forma com o seu sogro doente. ”

Liana foi tomada de vergonha, arrependimento e antes de terminar a limpeza foi ao quarto do sogro e implorou o seu perdão, a partir daquele dia ela mudou, e começou a atender à solicitação do Pai perante o próximo mais próximo que ela tinha.

Alguns dias se passaram e o seu esposo recebeu um convite para ir trabalhar nos EUA, Liana deixou tudo e acompanhou a família.

Um dia ela se perguntou:

“_ O que queres que eu faça? Onde quer que eu te sirva? ”

Essas muitas vezes são as indagações de todos nós, mas Liana não precisou esperar muito.

Num dia abriu a bíblia e lá em Romanos a resposta se fez clara:

“_Liana me sirva em teu lar! ”

Nesta pandemia colhemos a semeadura de tudo, que já plantamos um dia nesta jornada terrena, mas nunca foi tão claro o convite de Deus para que SIRVAMOS COM AMOR A NOSSA FAMÍLIA, aqui entendida como a parental e a espiritual.

E neste momento estamos sendo convidados a acolher como o Pai que vai de encontro ao filho pródigo que retorna ao lar e a saímos da nossa condição de filho egoísta, que não deseja dividir as bênçãos do amor e do entendimento que já adquirimos.