Mais uma diferença intelectual entre seres humanos e não-humanos: conhecimento/verdade como um fim em si mesmo

Todas as espécies de seres vivos não-humanos precisam ter o mínimo de conhecimento sobre o que fazem (moralidade) e de onde vivem para poder sobreviver. Para eles, o conhecimento é, fundamentalmente, um MEIO para a sobrevivência/adaptação. Já, para o ser humano, idealmente, o conhecimento, além de ter essa utilidade, também é concebido como um FIM em si mesmo, porque podemos reconhecer verdades ou conhecimentos que, a priori, não têm  serventia direta para a nossa sobrevivência, até pelo contrário, pois podem ser bastante desanimadores, por exemplo, de que iremos morrer um dia e que não existe vida após a morte. Apenas o ser humano que é capaz de saber que tudo o que faz, em termos de interesse pessoal, muito provavelmente será "em vão'. Isto é, passamos uma vida nos protegendo da morte sabendo que ela nos espera. Mesmo se, com o avanço da ciência, conseguíssemos driblar a finitude, a vida continuará a não ter o sentido que a maioria de nós gostaria que tivesse, um sentido além de si mesma, metafísico e [absolutamente] "reconfortante'. Apesar desse custo, a busca objetiva  pela verdade também pode ser muito útil na maximização da própria sobrevivência.