A CONSTITUIÇÃO E A RELATIVIDADE QUÂNTICA
“Há coisas tão sérias que você só pode brincar sobre elas.” (Werner Karl Heisenberg).
A controvertida frase do controvertido físico alemão, ganhador do prêmio Nobel em 1932 e tido como o pai da física quântica; que por sua vez é a mãe da bomba atômica, filha de Einsten e que traz a genética de Rutherford, soa aos nossos ouvidos como uma advertência à presunção humana.
Não é que não podemos adquirir o conhecimento, mas o que vamos fazer a partir do conhecimento recebido..., posto que, já não poderemos mais voltar ao estado anterior de pureza e de inocência.
Assim, cá em nossos arraiais, percebemos que o estado natural das coisas é bem mais frívolo do que pensávamos. Atônitos, percebemos que os poderes constituídos e firmados na nossa Constituição Cidadã falseiam ao sabor das conveniências, dos interesses escusos e jogo insano do poder, ao arrepio dos ideais do Senhor diretas (Ulisses Guimarães).
Indignados, apenas observamos o rigor de uma pandemia viral, e a dança frenética das cadeiras ministeriais, sobretudo da Pasta da Saúde, enquanto olhamos pasmados o Ministro da Economia, Paulo Guedes, quase a perguntar-lhe: quem pagará mais essa conta?
Mal saímos de uma reforma previdenciária draconiana que espancou direitos constitucionais e jogou às favas os direitos trabalhistas, conquistados a duras penas e firmados na nossa Constituição Federal.
Enquanto isso, vemos o Presidente da República, o exemplo maior da nossa democracia pelo direito do voto, brincando de poder, ora imitando a si mesmo, na pessoa de um humorista, ora destituindo o ministro da justiça, com o propósito vil e estreito de blindar o filho investigado por corrupção.
Que opção nos resta? Diante de uma oposição esdrúxula e preconceituosa que diante do caos político e social que se apresenta, prefere continuar vestindo camisetas rotas do Che Guevara e preconizar a malfadada revolução Gramsciana já desnudada e repudiada pela sociedade brasileira.
Por certo perdemos a inocência... e já aprendemos que, tal como o átomo quântico de Haisenberg, a sociedade é instável e a Constituição não é uma âncora, porém, se muito, uma bússola que indica sempre o norte a ser seguido, não controlando as vagas volumosas do mar, nem o ímpeto dos ventos bravios.
Parafraseando outra afirmação de Heisenberg: “A Constituição não é responsável pelo que os homens fazem dela”.