Poetisa - mãe, Mãe - poetisa

Boa noite!

Bem vindos!

Caminhos se abrem na nossa frente quando nos permitimos abrir os olhos! Olhos, já diziam antes, são “a janela da alma”. E a alma nos permite tocar o coração sem usar as mãos. Muito tempo atrás usava “os olhos” para enxergar coisas que me emocionavam, me encantavam, me indignavam. Não sabia que isto tinha um nome: Sensibilidade! O choro e o riso são constantes, mas “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”, disse Fernando Pessoa! Trata-se de um depósito de emoções guardadas pela vida! Por este motivo, a presença da música e da cerâmica no lançamento do livro de poesias. São poesia em sua essência. A poesia está aí!

Gilberto Martins, no texto que abre o livro diz: “A poesia tem uma estreita relação com a arte e, essencialmente com a beleza.” A meu ver, ela é a própria beleza expressa nas infinitas manifestações artísticas! Antigamente dizia para os “meus botões”: só considero pronto algum trabalho, quando o quero para mim! É assim que me sinto em relação ao que escrevo, me apaixono, gostaria que alguém sentisse por mim, o que foi exposto nos versos. Assim sendo percebo que escrevo desta forma, muito antes do nascimento do meu blog, o “Coisa e tal”.

O blog deu vazão a sensações “estancadas” por não saber a saída, por serem censuradas em preconceitos, culpas, puritanismos, por uma educação “castradora” apesar de “qualificar”! Tudo era “sujo”, “indigno”, “pecado”! E eu, incompleta! Sem identidade! Descobri-me sensual, capaz de desejos. Também com direito, a sentimentos pouco nobres e ainda sim, humanos!

Senti vontade de falar, de chorar, de mostrar o que minha alma insistia transbordar! Um orgasmo! Desde então, veio o autoconhecimento. A descoberta de amarras, conscientes ou não, que me impediam de ver e sentir o mundo. Tudo era raso, só aparência. No mesmo instante pessoas próximas diziam me desconhecer, surpresas e decepcionadas que estão com minha nova imagem. Eu, educada para a conciliação, de repente, defendia minha opinião, deixava claro meu ponto de vista. Aí veio o outro aprendizado: dispor-me a ouvir e me permitir aprender.

Aventura rica e desafiadora. A maternidade “atípica” promoveu esta “revolução pessoal”. Como virginiana, minha busca sempre foi a perfeição. A deficiência de minha filha, me fez descobrir, que o Amor nem sempre é perfeito. Precisei deixar brotar a poesia na dor, na luta, na vida! Abracei o jeito de extravasar meus sentimentos. Em muitos momentos sinto uma urgência de colocar em palavras o que me assola a alma. Banho-me enquanto escrevo, em verdadeiras torrentes de sentimentos. Choro, riso, ternura, angústia, gozo e no fim a sensação de alívio! Relendo o filho recém-nato, me emociono, me apaixono, reconhecendo meu DNA. Nenhum deles sei “de cor”, porém reconheço como meus na primeira linha.

Depois de reconhecida como: “Poetisa-Mãe” ou Mãe-Poetisa”, tenho orgulho de ter carregado no colo duas Poesias e de ter dado a luz a “Belas Palavras”!

 Gratidão

Ao café, que em torno de si reune amigos,

Ao pão, que cresce gerando a  partilha,

Aos irmãos de luta, que se unem na diferença,

Aos acordes que unidos, são poema,

Ao barro, que gentil se molda às mãos poetisas,

À amizade, que faz da vida poesia no caminho,

Ao Amor, que tempera nossos dias,

Á palavra, que se dobra, molda e se une, para ser

Poesia!

Obrigada