O preconceito racial

O preconceito racial é, sem dúvidas, uma realidade no cotidiano dos brasileiros. Casos como o ataque de ódio à jornalista Maria Júlia Coutinho, em 2015, deixa claro que este é um problema que está longe de ser solucionado.

Tendo como raiz principal a escravidão, o preconceito racial está presente em todas as esferas da sociedade brasileira, fazendo com que mesmo após mais de um século de abolição da escravatura, os negros permaneçam distantes dos espaços de poder.

Após a abolição da escravatura, o Brasil adotou uma política de embranquecimento da população, e uma das estratégias utilizadas foi dificultar a entrada de imigrantes negros, ao passo em que auxiliava e, em muitos casos, financiava a entrada de imigrantes de origem europeia.

Desse modo, o mercado de trabalho ficou cada vez mais inacessível para os negros, que somavam mais da metade da população brasileira. Tal ação tornou difícil e quase inexistente a criação de uma classe média negra, gerando uma promoção da desigualdade racial/social. Ainda hoje, com o advento das redes sociais, é possível notar a forte presença do racismo e dos discursos de ódio contra os negros. Como uma forma de combate ao preconceito racial, foram criadas diversas estratégias e políticas públicas, dentre elas a adoção de cotas e a aprovação do Estatuto de Desigualdade Racial, o qual prevê punição para quem comete discriminação pautada na raça. O sucesso na adoção das cotas é notável, uma vez que aproximou/aproxima a realidade entre os negros e brancos, promove a diversidade étnica e o acesso dos negros aos espaços de grande prestígio.

Ademais, é de suma importância uma educação de combate ao preconceito racial, principalmente com a criação de palestras, estratégias e políticas públicas eficazes, combatendo os estigmas sociais/raciais no mercado de trabalho, desestimulando a segregação dentro e fora do ambiente profissional. É fundamental tratar a raiz do problema, desde o ensino fundamental até a fase adulta, fazendo com que os negros se sintam acolhidos

e representados em todas as esferas. Toda a população, em conjunto, deve trabalhar para mudar a realidade brasileira, com a finalidade de diminuir a segregação racial, a desigualdade e o preconceito.