Filho de Itapajé/CE (1875-1943), Quintino Cunha foi (e é) uma lenda literária cearense. Orador nato e mestre do improviso, sua língua era afiada navalha. Frequentador dos cafés da Praça do Ferreira da Fortaleza dos idos de 1920 e 1930, apreciava as coisas simples da vida. Pensava o pensar. Até hoje, como isso incomoda!

Quintino, “patrimônio” imaterial e atemporal do Ceará-Saara, eternizou que “o cearense é como passarinho: tem que voar para fazer o ninho”. De fato, somos sim “judeus brasileiros” com imensa honra!

Quintino não foi só anedota. Respeitável poeta, em “Pelo Solimões”, temos um cearense na região amazônica a compor com os rigores parnasianos. Ademais, são conhecidas e celebradas suas vitórias no tribunal popular do júri com eloquência e poder de persuasão.

Com efeito, certas cousas transcendem o jurídico! Caridoso, há depoimentos que atestam ter advogado pro bono reiteradas vezes e, em certas absolvições, chegou a sair do tribunal carregado nos braços rumo à boemia.

Interessante dizer que capitaneou campanha pitoresca: foi cabo eleitoral do “Bode Ioiô” para Vereador na capital alencarina. Resultado: o semovente foi eleito em 1922! Ode eterna à molecagem cearense!!!

Por Ana Paula Gomes
Cadeira 87 da AMCL
Patrono: Quintino Cunha
P.S.: o texto foi publicado originalmente na AMCL.

 
@engenhodeletras
Professora Ana Paula
Enviado por Professora Ana Paula em 21/03/2020
Código do texto: T6893010
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