Redação sobre moradores de rua
O filósofo antigo Diógenes, pregador de um ascetismo total, vivia nas ruas e era desprezado, ofuscado pelos seus compatriotas, portanto, se até um sábio, por ser sem-teto, era invisível, deduz-se que os atuais moradores de rua, dispensando possíveis anacronismos, são ainda mais, daí a importância de se discutir suas condições, direitos e os papéis do Estado e sociedade nessas situações.
Sob esse viés, nota-se comumente a exclusão, repressão a esses indivíduos, vistos como incômodo à paisagem, em locais públicos, o que configura um desrespeito ao direito de ir e vir, isto é, a Constituição de 88 garante ao sem-teto os mesmos direitos políticos, civis e sociais de qualquer outro cidadão, assim, além da violência moral e física não trazer resultados, na verdade, perpetua os problemas, ela é um crime contra a lei maior.
Além do mais, é preciso voltar a atenção às causas desse fenômeno, as quais se constituem majoritariamente de fracas relações familiares, vícios em drogas ilícitas, tabagismo, alcoolismo, falta de oportunidades devido à baixa escolaridade e ausência de ajuda e de informações sobre programas sociais, logo, é necessária a participação de todos, incluindo o governo, no combate a esses fatores, para evitar novos desamparados.
Em vista de tudo isso, é dever do Estado, por intermédio dos Ministérios Públicos e Secretarias finalísticas, garantir os direitos dos moradores de rua, através da instalação de banheiros públicos, praças de alimentação, entrevistas com familiares, beneficiando-os com programas sociais do governo ou de organizações não governamentais (ONGs), a fim de valer a Carta Magna. Outro sim, é necessário que agentes sociais como escola, mídia e ONGs, por meio de propagandas, outdoor, palestras, mesas-redondas, venham incentivar o fortalecimento das relações interpessoais, familiar principalmente, para evitar desabrigados e para os que já estão nessa condição possam ter oportunidade de uma vida digna, uma segunda chance.