UM FLAGRANTE DA VIDA REAL

A vida às vezes nos prega peças que nem nós mesmos entendemos. Quando pensamos que tudo está bem e que vamos ficar para sempre vivendo uma rotina, por vezes agradável, por outras cansativas, e em outras até improdutiva. Sim, improdutiva, pois pensamos, pela experiência de nossos antepassados que uma pessoa quando se aposenta fica em casa, de pijamas, esperando o dia que irá morrer. Mas não é assim que as coisas acontecem nos dias atuais. Mesmo quando nos aposentamos por um problema de saúde, como foi o meu caso, a gente tem que achar meios e formas de ter uma qualidade de vida, para que a vida continue, sem apressar a partida.

Hoje escrevo, pinto, dou aulas na comunidade, como uma forma de retribuir o salário que o Estado me paga, pois a gente pode sempre contribuir de alguma forma para melhorar a vida das pessoas em nossa comunidade. Também coloquei em minha vida, diretamente dependendo de mim, três netos que estavam sendo deixados à deriva, como uma nau que caminha sem leme rumo aos penhascos... Não está sendo uma missão das mais fáceis, pois o mais fácil seria pegar o que ganho e viajar pelo mundo e aproveitar a vida. Mas meu coração não permitiu e a minha razão me condenaria pela eternidade se eu fechasse os olhos ao mundo que me rodeia. se a gente quer melhorar o mundo, não pode cobrar dos outros e não dar nada de si... Assim estou fazendo e não me arrependo.

E meu coração se envaidece ao descobrir que estou sendo um lume que ilumina o caminho de ovelhas desgarradas. Que estas ovelhas podem se perder pela vida, mas agora tiveram uma opção de ser pessoas melhores e escolherem o caminho que querem trilhar, não sendo apenas animais paridos e jogados ao mundo, feito sementes que são jogadas em terra infértil para sobreviver e frutificar. Torço e peço a Deus que estas sementes tenham sido plantadas, agora em solo adubado e que frutifiquem saudáveis. Só assim minha consciência estará tranqüila sabendo que não foi em vão o sacrifício feito.

Penso que todos deveriam se preocupar com isto e também optarem por adotar uma criança, um adolescente, um adulto ou um velho. E quando não tiverem mais disposição para um animal racional dediquem-se a um gato, um cachorro, ou um outro bicho qualquer...

Reflitam sobre isto...

MÁRIO FEIJÓ
Enviado por MÁRIO FEIJÓ em 09/10/2007
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