Consumismo no contexto brasileiro (Modelo Enem)

Quando o sociólogo Lukács argumentou sobre os efeitos da reificação - transfiguração do ser à condição de objeto -, trouxe uma visão pessimista acerca da subordinação do homem aos interesses do mercado consumidor. No contexto brasileiro, tal como no global, o consumismo gera prejuízos ao comportamento do coletivo, além de impactos ao meio ambiente. Disso, a fim de mitigar a problemática, urgem medidas eficazes.

Em primeira análise, no que concerne o modo de vida adulterado, as relações coletivas são mercantilizadas, e a compulsão pelo consumo irresponsável gera a fragilização do senso crítico, com respectiva supressão da análise de necessitar ou não de determinado produto. De forma análoga, a Terceira Lei de Newton diz que "para toda ação" - consumo desenfreado - , "há uma reação" - impactos negativos na qualidade de vida humana, como os problemas ambientais -. Depreende-se, então, que é preocupante a manutenção dessa concepção desmedida de aquisição sem reflexão, pois além de prejudicar o bem estar individual devido à compulsão, também compromete o bem estar social, ao criar impasses, por vezes, irreversíveis à biosfera.

Ademais, no que tange aos prejuízos ambientais, questões práticas são colocadas em pauta. Seguindo a linha de Lavoisier "na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma", os produtos, infelizmente, após seu usufruto - ou ostentação supérflua", viram lixo e em muitos casos, são descartados de forma impensada, com consequências desastrosas, como o ápice da ação antrópica negativa na natureza, a famosa "ilha do lixo" no pacífico, que virou uma arquitetura dos dejetos do consumo irracional e perverso do ser humano. Dessa forma, é importante que a visão dominante sobre adquirir bens, seja praticada de modo lúcido, para que situações ainda piores sejam evitadas.

Infere-se, portanto, que em virtude dos fatos supracitados, cabe ao Ministério da Educação a criação de campanhas de conscientização acerca do consumo nos moldes sustentáveis, para que a sociedade brasileira pense sobre as consequências da compulsão inconsequente. Isso deve ser feito através de mídias virtuais, televisivas e radiofônicas, para se obter máxima reverberação. Desse modo, estima-se que, apenas assim, a questão poderá ser suavizada, e a análise de Lukács seja o princípio reflexivo para mudanças nos hábitos de compra.