Desenvolvimento Do Filme Beleza Americana
Em 1997, Alan Ball resolveu tentar entrar na indústria do cinema após vários e frustrantes anos escrevendo para os sitcons televisivos Grace Under Fire e Cybill. Ele entrou na United Talent Agency, onde seu representante, Andrew Cannava, sugeriu que ele escrevesse um roteiro especulativo para se "reintroduzir a todos como um roteirista". Ball mostrou três ideias a Cannava: duas comédias românticas convencionais e American Beauty, que ele havia inicialmente concebido como uma peça de teatro no início da década de 1990. Apesar da falta de um conceito facilmente comercializável na história, Cannava selecionou American Beauty porque ele achou que era a que Ball tinha maior paixão. Ao desenvolver o roteiro, Ball criou outro sitcom televisivo, Oh, Grow Up. Ele canalizou sua frustração e raiva por ter de ceder as exigências da emissora naquele programa – e em Grace Under Fire e Cybill – ao escrever American Beauty.
Ball não esperava vender o roteiro, acreditando que ele atuaria mais como um chamariz, porém American Beauty atraiu a atenção de várias companhias. Cannava passou o roteiro para vários produtores, incluindo Dan Jinks e Bruce Cohen, que foram até a DreamWorks SKG. Com a ajuda dos executivos Glenn Williamson e Bob Cooper, e Steven Spielberg em sua capacidade de parceiro do estúdio, Ball foi convencido a desenvolver o projeto na DreamWorks; ele recebeu garantias do estúdio – conhecido na época por ser convencional – de que "as bordas não seriam passadas a ferro". Em um movimento não usual, em abril de 1998, a DreamWorks decidiu comprar direto o roteiro por 250 000 dólares, superando a Fox Searchlight Pictures, October Films, Metro-Goldwyn-Mayer e Lakeshore Entertainment. A DreamWorks planejava fazer o filme com um orçamento de seis a oito milhões de dólares.
Sam Mendes apenas foi escolhido para a direção após vários outros diretores terem recusado a oportunidade. Jinks e Cohen envolveram Ball durante o desenvolvimento do filme, o incluindo na seleção de elenco e diretor. Os produtores se encontraram com por volta de vinte diretores interessados, vários dos quais eram considerados de "nível A" na época. Ball não estava interessado em diretores bem conhecidos porque ele acreditava que o envolvimento de um deles aumentaria o orçamento e faria a DreamWorks ficar "nervosa sobre o conteúdo". O estúdio ofereceu o filme a Mike Nichols e Robert Zemeckis; ambos recusaram.] No mesmo ano, Sam Mendes reviveu o musical Cabaret em Nova Iorque com o também diretor Rob Marshall. Beth Swofford da Creative Artists Agency marcou encontros para Mendes com os executivos do estúdio em Los Angeles para ver se a direção de cinema era uma possibilidade. Mendes teve o primeiro contato com American Beauty em uma pilha de oito roteiros na casa de Swofford, e imediatamente soube que era aquele que desejava fazer; no início de sua carreira, ele foi inspirado em como o filme Paris, Texas (1984) apresentou os Estados Unidos moderno como uma paisagem mítica, vendo esse mesmo tema em American Beauty, como também paralelos com sua própria infância. Mendes mais tarde se encontrou com Spielberg; impressionado pelas produções de Cabaret e Oliver!, Spielberg o encorajou a considerar American Beauty.
Mendes ainda teve de convencer os executivos da DreamWorks a lhe deixarem dirigir. Ele já tinha discutido o filme com Jinks e Cohen, e sentiu que eles o apoiavam. Ball apoiava; tendo visto Cabaret, ele ficou impressionado com o "afiado senso visual" de Mendes e achou que ele não fazia escolhas óbvias. Ball sentiu que Mendes gostava de ver a história por um ângulo diferente, um talento que ele achou ser apropriado para os temas de American Beauty. O histórico do diretor também o tranquilizou, devido ao papel proeminente que o dramaturgo normalmente tem em uma produção teatral. Durante duas reuniões – a primeira com Cooper, Walter F. Parkes e Laurie MacDonald, a segunda apenas com Cooper – Mendes "se vendeu" para o estúdio. O estúdio logo lhe ofereceu um contrato de direção pelo salário mínimo que o Directors Guild of America previa – 150 000 dólares. Mendes aceitou, mais tarde notando que após taxas e a comissão de seu agente ele apenas recebeu 38 000 dólares. Em junho de 1998, a DreamWorks confirmou que Mendes havia sido contratado para dirigir o filme.