Sexualidade e repressão Do Filme Beleza Americana
Pennington discute que American Beauty define suas personagens através da sexualidade. As tentativas de Lester de reviver sua juventude são um resultado direto de seu desejo por Angela, e o estado de sua relação com Carolyn é em parte mostrado através da falta de contato sexual. Também sexualmente frustrada, Carolyn tem um caso que a tira de seu "perfeccionismo frio" para uma alma mais despreocupada que "anta alegremente junto com" a música no carro. Jane e Angela constantemente se referem ao sexo, através das descrições de Angela de suas supostas relações e pelo modo como as garotas se referem uma a outra. Suas cenas de nudez são usadas para comunicar vulnerabilidade. No final do filme, a influência de Angela em Jane diminuiu até o ponto em que o único poder que ela tem sobre a amiga é a atração de Lester. O Cel. Fitts reage em desgosto ao conhecer Jim e Jim; pergunta, "Como podem essas bichonas se esfregarem na sua cara? Como podem ser tão descarados?" Ricky responde, "É isso, pai – eles acham que não há nada para se envergonhar". Pennington acha que a reação não é homofóbica, mas uma "auto-indagação angustiada".
Junto com outros filmes da virada do século como In the Company of Men (1997), Fight Club (1999), Boys Don't Cry (1999) e American Psycho (2000), American Beauty "levanta a questão mais ampla, e amplamente explorada da crise da masculinidade". O professor Vincent Hausmann diz que em seus reforços da masculinidade "contra ameaças representadas pela guerra, pelo consumismo, pelo feminismo e desafios estranhos", esses filmes apresentam a necessidade de "focar, e até privilegiar" aspectos da masculinidade "considerados 'desviantes'". A transformação de Lester transmite "que ele, e não a mulher, tem suportado o peso da falta de ser" e ele não vai ficar para ser castrado. Lester tenta "fortalecer a masculinidade tradicional" do conflito com as responsabilidades de ser pai. Apesar do filme mostrar o modo como retorna a esse papel de forma positiva, ele não se torna "a figura hipermasculina implicitamente celebrada em filmes como Fight Club". Hausmann conclui que o comportamento de Lester com Angela é "um passo equivocado, mas quase necessário em direção a se tornar um pai novamente".
Hausmann diz que o filme "explicitamente afirma a importância de manter a proibição contra o incesto"; um tema recorrente nas obras de Ball em sua comparação de tabus contra o incesto e homossexualidade. Em vez de fazer uma distinção explícita, American Beauty analisa como repressão pode levar a vilolência. O Cel. Fitts é tão envergonhado de sua homossexualidade que isso o faz assassinar Lester; por comparação, os abertamente gays Jim e Jim são as personagens mais bem ajustadas do filme. Ball disse, "O filme é em parte sobre como a homofobia é baseada no medo e na repressão e sobre o que elas podem fazer". O filme sugere dois desejos incestuosos não satisfeitos: a perseguição de Lester por Angela é uma manifestação de seu desejo pela própria filha, enquanto a repressão do Cel. Fitts é exposta através da disciplina quase sexualizada com que controla Ricky. Ricky percebe que o único modo de machucar o pai é falsamente admitindo ser homossexual. O Cel. Fitts representa o pai de Ball, cujos desejos homossexuais reprimidos o levaram a sua própria infelicidade. Ball reescreveu o Cel. Fitts para adiar a revelação de sua homossexualidade, que Munt interpreta como um possível "adiamento das próprias fantasias patriarcal-incestuosas de Ball".