Um Grande Texto De Uma Pessoa Inteligente
Não há progresso sem erros, inclusive em nossas viagens interiores.
É pelo efeito que se mostra se cometemos algum erro.
Onde isso se revela de um modo especial? Nos movimentos de fuga. Em vez de irmos em frente esquivamos-nos, retrocedemos.
No movimento de fuga sentimo-nos inquietos e dispersos.
Ele não se confunde com um movimento diferente de fuga, quando nos afastamos de um erro, pois, nesse movimento nós nos sentimos centrados.
É portanto o nosso sentimento interno que nos avisa que cometemos um erro.
Muitas vezes não conseguimos localizar de imediato, principalmente quando ainda estamos intranquilos.
Por isso, precisamos primeiro fazer uma parada em nosso caminho, evitando mover-nos para trás, para frente ou para o lado.
Aguardamos até recuperar o recolhimento.
Recolhidos examinamos para onde nos leva o nosso caminho.
Se ao olharmos numa determinada direção permanecermos centrados, essa direção está correta.
Porém, se não conseguirmos recolher-nos fica claro que ainda nos falta aí algo que continua oculto para nós.
Talvez ainda não tenha chegado a hora.
Nesse caso continuamos à espera, recolhidos e imóveis.
Depois de algum tempo, reconhecemos onde estava o nosso erro e como devemos progredir em nossa viagem interior.
Damo-nos conta de que o nosso erro foi precioso, porque nos proporcionou experiências que, sem ele, não teríamos tido - assim como esse outro recolhimento, bem mais profundo.
Sem esse erro não teríamos chegado tão longe em nossa viagem interior. Sem erros permanecemos estreitos. Sem erros permanecemos pobres. Sem erros falta nos o amor que nos aproxima dos que erram. Sem erros também não podemos amar os outros nem mesmo amar o Único.
Bert Helinger