Ter condicionamento físico reduz risco de sofrer de ansiedade ou depressão

Quanto maior a aptidão cardiorrespiratória --capacidade dos sistemas cardiovascular e respiratório fornecerem oxigênio ao corpo durante o exercício---, menor o risco de desenvolver ansiedade e depressão. A conclusão é de uma análise feita por cientistas da University College London, no Reino Unido, publicada no periódico Journal of Affective Disorders na quarta-feira. Ao observarem quatro estudos que avaliavam a aptidão cardiorrespiratória, a depressão e a ansiedade, os pesquisadores descobriram que baixa e média aptidão estão associadas a um risco 47% e 23% maior de transtornos mentais em comparação com quem é ativo fisicamente e tem um bom condicionamento.

Como o estudo foi feito

Os pesquisadores caçaram estudos que analisaram como a aptidão interage com o risco para a saúde mental. No total, apenas sete estudos foram incluídos na síntese qualitativa e quatro entraram na meta-análise.

Os resultados encontraram evidências de uma relação entre condicionamento físico e condições comuns de saúde mental: quanto maior a aptidão cardiorrespiratória do indivíduo, menor o risco de novos transtornos de saúde mental comuns.

Uma hora de exercício por semana já ajuda

As conclusões do estudo recente não são exatamente uma novidade. Um estudo publicado no periódico American Journal of Psychiatry em 2017 mostrou que exercício regular de qualquer intensidade pode prevenir a depressão e uma hora de malhação ajuda.

"Nós sabíamos que o exercício tinha um papel no tratamento dos sintomas da depressão, mas essa é a primeira vez que fomos capazes de quantificar seu potencial preventivo na atividade física, em termos de reduzir níveis futuros da doença", disse o autor do estudo Samuel Harvey, na época.

Outro estudo, publicado no periódico The Lancet Psychiatry em agosto de 2018, analisou mais de 1,2 milhão de adultos durante quatro anos e revelou que quem pratica atividade físicas reportou ter 43% menos dias de "saúde mental ruim" (com sintomas depressivos) no mês do que os sedentários, que em média enfrentam 3,4 dias ruins.

As pessoas que fizeram de 30 a 60 minutos de exercícios por dia, de três a cinco vezes na semana, foram as que apresentaram menos dias de saúde mental ruim, em comparação aos sedentários. Já quem ultrapassou os 90 minutos de treino teve uma melhora mínima, e aqueles que se exercitaram por mais de três horas por dia, como maratonistas, relataram uma saúde mental pior do que a de quem não faz nada.

Vinicius Moratta
Enviado por Vinicius Moratta em 17/08/2019
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