COMPOSTAGEM - Definição
Não existe uma definição única e universal de compostagem.
A compostagem é um tratamento aplicado aos resíduos sólidos, desde a
história antiga. Os gregos, os romanos, e os povos orientais já sabiam que os resíduos orgânicos podiam ser retornados ao solo, contribuindo para sua fertilidade. No entanto, somente a partir de 1920, com Albert Howard, o processo passou a ser pesquisado cientificamente e realizado de forma mais técnica. (STENTIFORD et all., 1985; FERNANDES, 1999, citado por BÜTTENBENDER, 2004).
Segundo KIEHL, 1998, compostagem vem do vocábulo “compost” , da
língua inglesa e indica o fertilizante orgânico preparado a partir de restos vegetais e animais.
A técnica da compostagem foi desenvolvida com a finalidade de acelerar
com qualidade a estabilização da matéria orgânica. Na natureza, a humificação ocorre sem prazo definido, dependendo das condições ambientais e da qualidade dos resíduos orgânicos. (COELHO, 2008)
Define-se a compostagem como sendo um processo controlado de decomposição microbiana de oxidação e oxigenação de uma massa heterogênea de matéria orgânica no estado sólido ou úmido, passando pelas seguintes fases: fase inicial e rápida de fitoxicidade ou de composto cru ou imatura, seguida da fase de semicura ou bioestabilização, para atingir a terceira fase, a cura, maturação ou humificação, acompanhada da mineralização de determinados componentes da matéria orgânica, quando se pode dar por encerrada a Compostagem. Durante todo o processo ocorre produção de calor e o seu desprendimento, principalmente de gás carbônico e vapor d’água. (KIEHL,1998).
Segundo KIEHL, 1998 a definição exige a explicitação do significado dos
termos utilizados, como sejam:
· Controlado: pelo fato de se acompanhar e controlar a temperatura, a aeração e a umidade.
· Microbiano: porque a transformação da matéria orgânica é realizada por microrganismos.
· Oxidação e oxigenação: porque a compostagem deve ser conduzida em
ambiente aeróbio, contendo Oxigênio atmosférico, essencial para a
humificação da matéria orgânica, diferentemente da decomposição
anaeróbia, onde predomina o fenômeno da redução química.
· Massa heterogênea no estado sólido: porque a matéria prima provém de diferentes origens e possui diferentes composições.
· Úmido: porque os microrganismos que decompõem a matéria orgânica
só atuam intensamente na presença de suficiente quantidade de água.
· Fase inicial de fitoxicidade: pela transformação de ácidos orgânicos e
toxinas de curta duração, gerados pelo metabolismo dos organismos
existentes no substrato orgânico, peculiaridade do material cru ou
imaturo.
· Fase de semicura ou bioestabilização: quando o composto deixa de ser
danoso às raízes e às sementes.
· Fase de cura ou maturação: quando o composto atinge o auge de suas
propriedades benéficas ao solo e às plantas.
· Mineralização: transformação bioquímica da matéria orgânica, uma vez
que as plantas só absorvem sais minerais solúveis, como os produzidos
por esse processo.
· Produção de calor e desprendimento de dióxido de carbono e vapor
d’água: características relacionadas ao metabolismo exotérmico dos
microrganismos, à respiração dos mesmos e à evaporação da água
favorecida pela elevada temperatura geada no interior da massa em
compostagem.
Como resultado da compostagem são gerados dois importantes
componentes: sais minerais, contendo nutrientes para as raízes das plantas e húmus, como condicionador e melhorador da propriedades físicas, físico-químicas e biológicas do solo. (KIEHL, 1998)
Büttenbender, 2004 diz que este processo tem sido indicado como uma das melhores técnicas para tratar a fração orgânica dos resíduos sólidos urbanos, principalmente nos países de terceiro mundo, devido à possibilidade de ser implantado sob condições de baixo custo.