Redação Formato ENEM/As dificuldades na promoção do consumo consciente no Brasil
Marilyn Monroe foi um ícone de seu tempo, sua imagem ditou moda e fomentou o consumo em massa de uma multidão que queria ser igual a ela. Na atualidade a publicidade continua instigando as pessoas ao verbo "ter" para "ser" e isso corrobora a ideia de que consumir sem responsabilidade é um problema sério. Esse impasse deve ser confrontado com a desmistificação dos fetiches criados pelas campanhas de mercado.
Sobre isso, os subterfúgios criados para a persuasão dos consumidores foram bem aprofundados pelo linguista Roman Jakobson, que criou a teoria das funções da linguagem, cujo destaque para aquela imperativa no ramo publicitário é notório na função conativa, pois é direcionada no convencimento do interlocutor. É preocupante a potência desse recurso, pois impede a reflexão sobre a necessidade de possuir algo, além de impelir as pessoas à comprarem compulsivamente.
Outrossim, para Karl Marx o conceito de reificação tem grande reverberação nas relações de consumo, pois enfatiza o estado de "coisificação" do homem, em que este ganha menos importância que o objeto transfigurado em fetiche; é depreciativo para o ser humano que para "ser" ele necessariamente precisa "ter", e essa conotação pejorativa deve ser combatida com informação.
Infere-se, portanto, que em virtude dos fatos supracitados, que é dever do Estado por meio do Ministério da Educação e seguindo os preceitos kantianos "O homem é aquilo que a educação faz dele", a elaboração de campanhas de cunho educativo da população acerca da importância do consumo consciente, desmistificando os fetiches que são criados por mecanismos linguísticos para persuasão e aquisição impensada. Isso deve ser difundido através das mídias virtuais e televisivas, visando abarcar o máximo de interlocutores. Dessa forma, estima-se que em curto prazo a população consiga debater sobre a questão, para que em longo período os hábitos responsáveis de consumo sejam tangíveis e dominantes.