UM CORINGA CHAMADO CHRONOS

O tempo sempre foi um adversário implacável para mim. Trata-se de uma grandeza poderosa, infinita, relativa e caprichosa. Porque ele se arrasta e se delonga quando tenho pressa? Quando quero fugir? Quando quero sumir? Porque ele corre e escorre nos melhores momentos? Dizem que ele cura tudo. Dizem que ele corrói e destrói tudo. Dizem que ele não pára. Para mim ele é oito ou oitenta, insuficiente ou em demasia, nunca na medida certa; é uma dimensão covarde e misteriosa, intangível e silenciosa. E não adianta tentar parar de mensurá-lo, é até pior ficar alheio a ele. Porque este “senhor” dos eventos e das causalidades é tão esguio? Como distingue passado, presente e futuro; quando tudo é contínuo e ininterrupto? Seria uma ferramenta da Ordem? Um contraponto ao Caos, para evitar que tudo aconteça de uma vez só? Um freio na entropia universal? Alguns poderiam descrevê-lo como uma espiral cíclica de uma regressão infinita, algo tão real e abstrato que chega a ser contraditório. Para mim, o que importa é que o tempo faz questão de dançar fora do meu ritmo, me obrigando a sempre acompanhá-lo. Foi assim ano passado, foi assim este ano...será assim no próximo? Espero que não. Desejo, não só a mim, mas a todos meus entes queridos que em 2016 o tempo seja suave e sublime, na medida certa e que se mostre como uma adorável e enigmática manifestação do infinito. Que este coringa, no próximo ano, não faça nas nossas vidas a mesma pantomima que fez em 2015.

Um Bom Reveillon a todos!!!