O ciclo de 22 anos das inundações no Rio de Janeiro
No ano de 1966 ocorreu no Rio de Janeiro uma enchente-monstro, que quase afogou a cidade e marcou época. Morte e destruição se espalharam pela metrópole. Em 1967 repetiu-se o fenômeno. Num desses anos o casal artístico francês Johnny Halliday e Sylvie Vartin esteve por aqui, espantou-se com o volume das águas e até fez uma doação para socorrer os flagelados.
Em 1988 a inundação-monstro voltou e me deixou péssima lembrança. Saindo do trabalho levei umas três horas para chegar em casa, os ônibus parados, e nos trechos de rua onde andei já noite fechada, o perigo das descargas elétricas.
Em 2009 e 2010 tornaram a ocorrer chuvas desastrosas entre nós. Vi a rua em que moro virar rio literalmente falando, não se podia entrar nem sair.
Não sou meteorologista mas venho observando esse ciclo, uma observação empírica portanto não garanto cientificamente que seja mesmo assim. Mas desconfio que devem ter ocorrido fortes temporais por volta de 1944, ano que já extrapola a minha experiência. Não cheguei a pesquisar.
Alguém pode objetar que em outros anos acontecem fortes tempestades. Bem, quase todo ano. A que está ocorrendo agora é muito prejudicial (consequência também da omissão do poder público em tomar medias profiláticas) mas a meu ver é apenas um desastre intermediário, sem a virulência exacerbada das três ocasiões referidas. Os anos 66/67 devem ser considerados uma única manifestação do ciclo e assim também 09/10.
Se portanto eu estiver certo, preparemo-nos para 2031/2032. Haverá tempo, desde que não haja mais omissão.
Rio de Janeiro, 9 de abril de 2019.