BAILADO DA VIDA
No embaralhar dos valetes, damas e reis deste meu viver, me fiz tentar entender a sutileza do saber decifrar cada momento do bailado embaralhado dos diversos emaranhados desta breve vida. Me perdi na dança do tempo, no rever de cada pensamento deste misterioso bailado embaralhado do saber misturar-se, ao bailar dos inúmeros baralhos. Não se vive sem estar contido nas cartas enigmáticas da estranheza, dos ases da paixão, onde rodopiamos como bêbados desequilibrados, perante a dama que foge do alcance dos nossos passos em falso, e das nossas trêmulas mãos. Viver é misturar-se na pequinês de outras cartas, nos expondo as enigmáticas situações translúcidas, e cedo ou tarde expostas a mesa da nossa aflição. Nada somos a não ser parte de um jogo afável ou perverso... Só nos resta apenas aprender com o carteado desta existência... A arte dificílima do saber a hora certa de impor as regras. Embaralhados sempre estaremos, enquanto não é chegada a hora do rasgar-se definitivo desta carta chamada vida. Misture-se, embaralhe-se sem censura e sem medo, enquanto fazes parte do bailar deste bailado maravilhoso que é a existência humana.