FAÇA O QUE EU DIGO, MAS NÃO FAÇA O QUE EU FAÇO!
Segundo noticiado pelo site folhape.com.br, uma professora aposentada de 64 anos foi presa pela polícia civil de Pernambuco por fraudar a previdência social daquele Estado.
Ocorre que o benefício era destinado à sua mãe que faleceu no mês de setembro, entretanto, a parcela correspondente ao mês de outubro foi sacada pela filha, e pior, esta forjou perante um cartório local a expedição de uma procuração pública e diligenciou perante a sede da fundação para tentar desbloquear o benefício pomposo de aproximadamente 25 mil mensal.
No ato, a polícia civil foi acionada pelo órgão e a professora foi presa em flagrante pelo crime de estelionato previdenciário, com pena prevista de 1 a 5 anos de prisão, com o agravante de mais um terço por ter sido o crime praticado contra órgão público.
A expedição da procuração pública indevida pelo cartório agrava em muito a situação da professora, pois comprova o dolo, bem como aponta a necessária co-participação de funcionários juramentados e com fé pública na prática do delito.
O mais inusitado no caso, é que a professora na qualidade de herdeira tinha o direito de sacar valores proporcionais correspondente ao mês de outubro, bem como o décimo terceiro salário proporcional o que poderia representar um valor maior do que aquele obtido pela fraude, se tivesse buscado as vias legais e próprias.
Destaco a notícia, não pelo fato em si, que é corriqueiro e deve ser combatido, pois a corrupção e a impunidade geram um passivo social e moral impagável à toda uma coletividade, mas pelo fato ter sido praticado por uma professora aposentada com a conivência e participação de um cartório, o qual possui a chancela de munus publico, verdadeiro, fiel e confiável.
Houve época em que a figura do professor era valorizada, respeitada e quase venerada, não é à toa que, em último grau, um reitor de universidade seja chamado formalmente de magnífico, que significa esplendoroso, perfeito, maravilhoso.
Todavia, a notícia em si somente ganha repercussão por se referir à figura do professor, talvez resquício desse tempo em que a aura do mestre grassava uma moral elevada e austera, tempo do "fio-de-bigode", mas também tempo de uma remuneração digna e de valorização intrínseca à mais nobre das profissões.
Quem sabe esse tempo sublime volte, e ressoe por toda a sociedade a voz do eminente mestre Paulo de Tarso: sejam meus imitadores, como eu sou de Cristo! (1 Corintios 11:1).