Noite de insônia
Era noite...
O dia não tinha sido fácil. Trabalhos, labutas, correrias. Mas em meio a tudo isto vez ou outra a saudade da pessoa amada, resvelava o sentimento na alma e no coração. O calor de uma noite de verão, impedia que o sono chegasse com serenidade. A janela entreaberta para que brisa amenizasse o clima deixava também que um tom de claridade se apresentasse sobre o rosto cansado. Parecia mais uma luz a iluminar o subconsciente que insistia na busca da pessoa amada. Parecia também iluminar o coração aflito de saudades, inquieto pela ausência. A porta do quarto fechada lentamente, para que aquele momento, aquela parte do dia não pertencesse a mais ninguém. O quarto lugar de refúgio, o santuário da saudade. O travesseiro, o único a ouvir as palavras saudosas e a sentir de perto o desejo de um abraço forte.
O sono parecia não querer adentrar ao quarto, permaneceu do lado de fora, cedendo lugar a insônia que de amiga não tem nada. Uma oração direcionada a Deus, para que a dor da saudade fosse aliviada, ou substituída por um outro nobre sentimento. Depois da oração, uma vaga lembrança de poucos momentos felizes... Mas em seguida, o sono resolvera adentrar... E no silêncio da noite os olhos foram se fechando. E quando já quase prestes a adormecer, uma voz ao pé do ouvido chamando pelo nome. Parecia que a brisa trouxera além do refrigério ao calor extenuante, também trouxera o alívio a alma apaixonada. Vira-se rápido para ver a boca dona da voz tão esperada, mas era apenas uma peça pregada pelo subconsciente que parece não permitir uma boa noite de sono!
E assim a noite se foi, o sono cansou da luta contra a insônia, que embora não tão amada se faz muito oferecida!