CONVÍVIO COM VIZINHOS COMO SE FOSSEM PARENTES E FAMÍLIA.

00.366

Quarta-feira, 7 de Novembro de 2018

Lembrar dos fatos acontecidos na infância, adolescência, ou juventude próximo de adulto, não chega a ser algo tão fácil, principalmente se passadas várias décadas, como é o meu caso. E lá se vão quatro ou cinco delas e mais um pouco.

Necessário ressaltar que naqueles tempos se vivia de um modo radicalmente diferente dos que vivemos hoje em dia, neste Século XXI. Tudo mudou de lá para cá e muito.

Da lembrança mais remota que tenho, é o dia em que minha mãe retornava da maternidade, onde fora dar a luz à minha irmã mais nova. E uma vaga lembrança do corre-corre do pessoal da vila em que morávamos, na Penha Circular, um subúrbio da cidade do Rio de Janeiro, alegres com esse fato.

Esta vila era chamada pela vizinhança periférica de "buraco quente", e sabe-se lá por quê. Talvez fosse devido ao amontoado de famílias vivendo num só lugar. Pessoas de todos os tipos e jeitos. Boas e más. E não era difícil que mesmo que espaçadamente houvesse confusão ali entre alguns. Talvez o nome seja oriundo desse fato.

Lembro-me bem de que existiam ali excelentes pessoas e famílias. Uma delas a do senhor Benevenuto. Seus filhos já eram jovens, quase adultos, e sua esposa, dona Onília, uma senhora de cabelos todo branco, era muito gentil e camarada com a minha família. Dávamo-nos muito bem.

Ao lado desse imóvel moravam os padrinhos do meu irmão mais novo. Também éramos como da mesma família, tal o tratamento que nos dispensavam. Eles possuíam condições econômicas/financeiras/patrimoniais de grau bem desenvolvido. E isso nos beneficiava nesse convívio.

No Natal, por exemplo, era lá que o passávamos. Parte da família era de origem italiana e, como sabemos, essa gente gosta muito do convívio entre todos. Na ceia de Natal a coisa era fértil e farta. E nem brinquedos eles esqueciam de nos dar. E bons brinquedos, diga-se de passagem.

Esse convívio foi cumprido por muitos anos. E com a juventude chegando aos dias de adulto é que motivaram a mudança nessa relação, porque cada um de nós já tinha convívio de outras pessoas e amigos. Mas as considerações

entre nós perduram até hoje. Pelo menos com os que ainda estão vivos.

Nessa vida existe este fato interessante. Convivermos até melhor com gente fora da família do que com alguns de dentro dela. A harmonia e fraternidade eram sinceras e verdadeiras. São coisas inexplicáveis. Talvez aí seja para se atentar para o fato de respeitarmos e gostarmos dos nossos entes queridos, apesar de certas diferenças.

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 22/11/2018
Código do texto: T6509091
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.