Aprendizado

Como professora descobri a capacidade das pessoas de aprenderem, mesmo as vezes com muitas dificuldades, inerente a cada indivíduo.

Cada um tinha (e tem) seu tempo para assimilar conhecimentos, se não para galgarem grandes espaços intelectuais, mas ao menos para viverem suas vidas cotidianas.

Eu me lembro que estava fazendo um curso, e era o primeiro dia de aula. E o professor entrou muito 'sabido', dizendo que nem todas as pessoas conseguem aprender, porque algumas são burras mesmo. e portanto ele concluía que até o final do curso menos da metade ainda estaria ali, terminando a pós.

Tivemos que apresentar um trabalho, em grupo, que havia exposição oral. Na minha fala pude dizer que considerava todos ali capazes, porque já haviam concluído cursos como administração, pedagogia, contabilidade, entre outros. De uma certa maneira, com educação e o mais sutilmente possível, dentro da assunto que eu desenvolvia, pude dizer isso aos colegas, pois de alguma maneira fomos 'diminuídos' pelo professor.

Foi a aula mais difícil que enfrentamos no curso todo, na minha opinião. Ele não deu moleza. Mas minha nota, junto a equipe, foi 9.

Diante disso digo que todos somos capazes de aprender e reaprender. O que for necessário para melhorarmos nossa condição de vida. Ninguém está perdido tão totalmente, que não tenha condições de lhe ser oportunizar uma melhoria de vida.

Conheço pessoas que resolveram estudar com mais de 40 anos e conseguiram melhorar a qualidade de vida sua e de sua família.

Conheço pessoas que foram internadas em casas de cuidados psiquiátricos, mas conseguiram continuar levando suas vidas, se cuidando, e estudando, trabalhando, casando, tendo filhos.

Não devemos desistir das pessoas. Eu, como professora, aprendi a não desistir de ninguém. O crescimento mental, intelectual, psicológico é de cada um. Nem todos poderão ser águias. Muitos preferem ser pardais, onde, juntos, fazem um grande barulho na hora das revoadas.

Dizem que é preciso ser muito forte para ser águia. Eu particularmente acho muito solitário. Prefiro ser maritaca ou pardal, gaivotas que voam em bandos. Pois a união faz a força.

Até uma águia precisa de um(a) companheiro(a) para procriar. Nem ela consegue estar o tempo todo sozinha. Assim somos nós. Podemos até parecer lobos solitários. Mas a solidão sem ninguém vai matando aos poucos. E eu prefiro, de vez em quando, 'me misturar ao povo', para sentir o calor humano das energias voluntariamente circulantes, onde se pode sentir um pouco de alegria, consciente que sozinhos não somos nada. Dependemos uns dos outros. Dependemos das pessoas. Dependemos da sociedade reunida em volta da mesa, no almoço de domingo, ou numa festa, com amigos. Ouvindo músicas antigas, que falam de amor, de maneira suave e gentil.

Talvez algumas vezes, na necessidade maternal de ajudar, acabamos magoando as pessoas. Mas as vezes o que queremos mesmo é só ajudar, sem julgar ou apedrejar. E as vezes sem querer, ofendemos.

As vezes queremos apenas iniciar uma amizade. Mas nem todas as portas estão abertas. Então vamos caminhando devagarinho, como que 'pisando em ovos'. Mas vamos indo. Com coragem e fé, vamos vencendo, um dia de cada vez.

Ficou meio que 'sem sentido' a finalização do meu texto, mas na verdade o que eu estava querendo dizer é que as convivências são difíceis. Veja o caso do professor, que já entrou na sala com negatividade. E ao invés de incentivar, trouxe palavra negativa.

Sei que ele não ficou contente comigo, por ter tido a ousadia de dizer aos colegas que considerava todos ali pessoas capazes.

E já nesse recanto sinto que algumas interações não foram bem recebidas. Na verdade comentário que fiz. É uma pena. Minha passagem aqui é apenas para exercitar a escrita, como uma 'escolar', apenas relatando fatos corriqueiros da vida, de maneira o mais simples possível.

Acho que agora ficou mais claro. Com educação e respeito vamos abrindo caminhos e construindo pontes.

Theresa Leitte
Enviado por Theresa Leitte em 15/11/2018
Reeditado em 18/11/2018
Código do texto: T6503559
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