Fragmento de narrativa I
“Tia Olinda tinha um filho, O Felipe. O que acontecia às crianças cujas mães morrem? Eu nunca havia pensado nisso antes. Crianças precisam de quem as cuide. [...] Em certo momento, ela [a mãe] pareceu ter tomado uma decisão. Olhou-me firme, largou os talheres e disse:
- O teu primo Felipe vem morar aqui em nossa casa. Ficou decidido ontem.
- Ah, é? E por que, mãe?
- Porque a mãe dele morreu, tu sabes, e ninguém mais da família pode ficar com ele. Para falar a verdade, nós também não podíamos, ele vai atrapalhar. Mas, enfim, é sobrinho do teu pai, filho da irmã dele.”
(MONTEIRO, Ilsa Lima. Quem fica com Felipe? Ilustr. Rogério Borges. São Paulo: FTD, 1994, p. 7-9)

Crítico. Neste modelo, a família aparece como uma instituição social em profunda crise, não aparece como lugar ideal para a criança, mas como o espaço frequentemente passível de frustrações para suas aspirações mais imediatas. Este modelo também propõe uma reforma da estrutura, partindo do interior da família com mudança ou inversão dos papéis de seus integrantes. Neste modelo de narrativa existe uma visão adulto cêntrica da realidade, a assimetria criança/adulto é muito acentuada, a maior parte das histórias é centrada no cenário urbano e utiliza personagens da classe média com seus problemas sociais e profissionais.
Silvinhapoeta
Enviado por Silvinhapoeta em 02/11/2018
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