HOJE EM DIA TODO MUNDO É UM FOTÓGRAFO!

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Rio de Janeiro, Segunda-feira, 29 de Outubro de 2018

Infelizmente, quase a maioria daqueles que já alcançaram a terceira idade, e este é o meu caso, não possuem registros fotográficos de sua infância, adolescência e mocidade. Não do jeito e do modo exagerado como é hoje, onde as disponibilidades tecnológicas o permitem de sobra. Talvez só uns poucos tenham uma ou outra fotografia, por exemplo, daquelas épocas passadas e distantes.

Só a partir dos meados dos anos setenta é que já começavam a facilidade (restrita) na aquisição de uma máquina fotográfica. E esses artigos e materiais eram caros. Por isso, talvez, só uns poucos os conseguiam ter. E eu, já rapaz, consegui adquirir uma máquina fotográfica de poucos milímetros, era uma Olimpus Trip. E consegui fazer alguns registros dos tempos em que fui mais novo.

E o meu primeiro emprego na vida foi exatamente com fotografia. Era um estúdio

fotográfico, mas que produzia serviços um tanto gráficos, montando álbuns de casamento, quinze anos, batizados e afins. Também os dois sócios viviam fotografando as crianças nas escolas públicas, fornecendo seus postais e outros modos de fotografias.

E eu tornei-me o responsável pela feitura dos reveladores e fixadores empregados na produção das fotografias reveladas. Também aprendi a montar os álbuns fotográficos dos outros fotógrafos que se serviam desse serviço para apresentar para seus clientes as fotografias por eles tiradas em todos os tipos de eventos que participavam com esse fim.

E por força do hábito e do convívio com os dois profissionais, meus patrões, aprendi quase tudo relativo àquela profissão. Que hoje é e está muito diferente de outrora, por razões óbvias, a primeira delas o espetacular desenvolvimento dos equipamentos que se usavam naquela época. Hoje todos digitais.

Mas a fotografia sempre foi uma arte. Só que hoje um tanto quanto prejudicada, em termos, porque grande parte das pessoas pensam que fotografar é só apertar o dedo. Mas não é. Tem-se que conhecer muitos dos detalhes pertinentes, bem como analisar criteriosamente aquilo que será fotografado (registrado), prestando-se atenção com profundidade, haja vista que uma fotografia é para sempre. E o que ficar registrado nela também.

Daí que é de morrer de rir, principalmente da garotada/mocidade (mas também de alguns adultos), que vivem a fazer caretas ridículas ao fotografarem alguém. E também com essa tal de selfie, tudo degringolou de vez. E é por isso que sempre chamo a atenção daqueles que assim procedem, lhes dizendo que daqui uns trinta ou quarenta anos, quando mostrarem a alguém essas suas artes, sentir-se-ão ridículos com o que gravaram nos tempos passados. Aí já não se pode mudar as coisas, a não ser destruindo-as.

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 30/10/2018
Código do texto: T6490339
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