TEMOS QUE VIVER A VIDA E LEMBRAR-SE, SEMPRE, DE SEUS BONS MOMENTOS.

Rio de Janeiro, Sexta-feira, 19 de Outubro de 2018

Não me recordo quantos dias nós passamos em Lagarto, Sergipe, junto à família. Por incrível que pareça, também não me lembro da volta. Parece que deu um branco na minha mente e na minha lembrança sobre isso. Mas foi extraordinário ir lá e passar pelo que passei. Principalmente na idade que possuía, era um garoto, ainda.

E fiquei muito tempo sem retornar àquele lugar. Lembro-me razoavelmente que isso só se deu quando eu já era homem feito, talvez com vinte cinco anos ou mais um pouco. Mas depois voltei lá por muitas vezes. Agora, já com outra consciência, vou por puro prazer e pela atração inexplicável que possuo com aquela terra.

É interessante que muita gente que nasceu no nordeste, que por várias e diversas razões saiu ou teve que sair de lá, e que nunca mais voltaram ao seu torrão natal. Inclusive, muitas que conheço, ainda falam mal do seu local de origem. Puro absurdo, haja vista que mesmo sendo um carioca, tenho uma atração profunda, e uma identificação, pela cidade onde meus pais nasceram.

A raça humana é muito complexa, sim. E até temos que lembrar daquela famosa afirmação: "há mais mistérios entre o Céu e a Terra, do que imagina a nossa vã filosofia". E isso representa a pura verdade, devido às muitas situações com as quais convivemos nessa vida.

Mas a minha identificação com a ruralidade e aquela cidade tem a ver com a posse de uma verve em meu ser. Mesmo tendo nascido na cidade do Rio de Janeiro, sempre fui despertado para o interior. Pelo menos, quando posso, pego a minha motocicleta e saio por essas estradas da vida. Com isso conheço grande parte das cidades do meu estado, o Rio de Janeiro.

Às vezes, quando em certos deslocamentos para alguma delas, no caminho ainda me perguntava o que é que estava fazendo ali? Com vegetação de um e outro lado na estrada em que seguia, puro deserto de gente. Mas logo a força da natureza se impunha a mim. Então, logo um certo conforto tomava-me conta. Totalmente.

O progresso avança e vai, de certa forma, mudando tudo. Hoje em dia para quem vive num grande centro, já é difícil encontrar uma cachoeira. Para isso, tem que se deslocar por muitos quilômetros, até achar alguma. E até mesmo a confiança em beber ou banhar-se nas águas de uma delas já fica prejudicada, em função da tão afamada poluição.

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 19/10/2018
Código do texto: T6480260
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