O SONHO.
Estação lotada.O trem atrasara a partida.A cidade grande estava muito longe. Ansiedade e medo. Ansiedade por ir conhecer novas paisagens,outras pessoas,outros mundos. Medo do desconhecido. A mala que carregava era grande,bem grande para tão pouca roupa. Roupas simples de uma caipirinha resoluta a enfrentar batalhas mil. A mala era grande porque ali cabiam seus sonhos.O trem apitou...o coração disparou...Na fumaça deixada para trás ficava a angústia da vida modorrenta de uma cidade simples. A simplicidade do interior paranaense.Bancos de madeira e janelas ao vento. A paisagem corria solta pelos campos e morros.Uma lágrima brincou nas bochechas.Outra também.A Saudade começara a tecer seu novelo. Não houvera despedida. Nenhum parente na estação. De onde surgira a ansiedade por conhecer SP? O gado n o pasto olhava espantado para a menina corajosa e ruminava desejos de sorte. Ela olhava o horizonte,pois ,um dia, disseram para ela que lá ficava a Felicidade. Lá...no horizonte distante...O capim napiê estava amarelando,sinal de mudança de estação.Estação do trem.Estação do Tempo. Estação da Vida. Nada é permansivo.Tudo é volátil,tudo é efêmero,tudo muda. Só a Dor da Saudade não muda...ela dói e como dói! Um sanduíche de mortadela alimenta muito mais as Esperanças que o corpo. Um guaraná refrigera o sangue que corre solto,ansioso,muito mais que o trem. A paisagem parece a mesma.O Sonho não. Por que as horas não giram tão depressa como as rodas do trem? Uma sonolência,um cruzar de braços.A decisão foi tomada repentinamente.O Sonho chegou. o Mundo agora era dela!!!
*FLOR DE IR EMBORA.FLOR QUE SE ALIMENTA DO QUE A GENTE CHORA.* Fátima Guedes
Este dedico à Liamar Neves-Uma batalhadora incansável.