O Analfabetismo no Brasil é Político.

Quando um cidadão chega à fase adulta ou a velhice desprovido de leitura e escrita é porque oportunidades lhes foram negadas na infância ou adolescência. Assim, o Brasil, um país de 11,5 milhões de analfabetos segundo a pesquisa Educação 2017, do IBGE (Instituto Brasileiro Geográfico), configura-se uma nação, na qual predomina a exclusão social e econômica.

Embora no Plano de Legislação brasileira as Politicas de enfrentamento ao analfabetismo estejam consignadas como meta relevante, efetivamente, não há concretização dos planos para a EJA (Educação de Jovens e Adultos). Percebe-se falha na formação de educadores, insuficiência na produção de materiais específicos e parca consignação de recursos destinados a erradicar o analfabetismo. Desmotivando, assim, os adultos, aos quais, na fase adulta, procuram a escola.

A propósito, hodiernamente, no Brasil, entre a população de 15 anos ou mais, os “cidadãos” analfabetos ainda somam 7,0%. Em 2016, eram 7,2%. Alicerçada na opinião de Maria Clara Di Pierro, da Faculdade de Educação (FE) da USP (Universidade de São Paulo) de que a regressão do analfabetismo no Brasil foi motivada apenas pela dinâmica demográfica representada através da parcela de idosos que morrem e saem do contingente populacional pesquisado pode-se afirmar a ineficácia da política educativa para a EJA.

Dessa forma, infere-se que o país, simultaneamente, excluiu social e economicamente uma parcela de brasileiros tornando-os __ iletrados. Ademais, esses cidadãos estão entre as classes mais vulneráveis: idosos, afrodescendentes, residentes da zona rural, moradores das regiões Norte e Nordeste e as pessoas de baixa renda. Indubitavelmente, não se fará frente ao analfabetismo no Brasil somente com política educativa. Oportunidades e distribuição de renda devem estar articuladas com a educação.