A ARTE ROMANA NO APOGEU DO IMPÉRIO
No apogeu do Inpério Romano, vemos grandes desenvolvimentos nas técnicas do concreto e no uso dos arcos. O Coliseu - ou o Grande Anfiteatro Flaviniano - é talvez a mais famosa das
construções romanas.
Realizado pelo Imperador Vespasiano, o primeiro da dinastia Flaviana desperta atenção até hoje tanto pela monumentalidade de suas ruínas, quanto por sua utilização. Era o cenário de
sangrentas batalhas entre gladiadores, entre animais, ou mesmo entre homens e animais.
É composto por três ordens de arcos sobrepostos, que sustentam o grande anfiteatro interior. Sua estrutura oval tem 52 metros de altura. Podem ser notadas as três formas de construções utilizadas nos templos gregos: o andar térreo apresenta mais influências dóricas
(como as métopes e tríglifos), o segundo andar é bastante influenciado pela arquitetura jônica e
o terceiro e o quarto andar, pela coríntia. Esse uso da arquitetura grega foi comum em Roma e é
descrito no já mencionado tratado de Vitruvius.
Os “Arcos Triunfais“, presentes em várias regiões do Império, foram também obras romanas majestosas. Neles as ordens gregas eram utilizadas para acentuar o pórtico principal e
para manterem a seu lado portais menores. “O Arco Triunfal de Tibério“, em Orange, Sul da França, é um bom exemplo dessas construções.
A construção de abóbadas foi outra técnica que teve grande desenvolvimento na engenharia romana, permitindo construções sofisticadíssimas como Panteão, o templo de todos os deuses. Foi construído entre os anos 118 e 124 d.C. e mantém-se em bom estado de preservação. O seu interior, extremamente amplo, é circular e seu teto em abóbada tem uma abertura, também circular, que permite a visão do céu. Apesar da construção monumental – 46 metros de altura - transmite um efeito de leveza e serenidade, tendo sido sempre utilizado para cultos religiosos (transformou-se em igreja, no início da era Cristã). Apesar da falta de janelas, o ambiente é iluminado, devido à abertura superior.
Os conjuntos utilizados para banhos romanos são construções características do Império.
Os mais sofisticados, além das piscinas com águas nas mais diferentes temperaturas, chegavam
a conter jardins ao seu redor, livrarias, restaurantes, lojas, etc. Eram verdadeiros complexos para atividades culturais e de lazer. Os Banhos de Caracala são amostras desses requintados
complexos. Havia ainda os Fóruns romanos, verdadeiros centros da vida desse povo que poderiam atender aos mais diversos fins, dos religiosos aos comerciais e cívicos. Existentes desde a fundação da cidade-estado começam a apresentar problemas de superlotação na época do Império. Júlio César, em 46 d.C., construiu o último e maior deles, o Fórum de Trajano. Na escultura, as grandes influências romanas foram novamente os gregos e os etruscos. Os retratos, que tinham finalidades especiais desde o início da religião romana, agora eram realizados principalmente através dos bustos de imperadores, que deveriam ser tratados com respeito religioso - era necessário, por exemplo, que os romanos queimassem incensos diante deles, em adoração. (Esse tipo de exigência inclusive causou grandes problemas aos primeiros cristãos que se recusavam a seguir tais normas por considerarem-nas idolatria).
O busto do Imperador Vespasiano, datado de aproximadamente 70 d.C., em tamanho um pouco superior ao natural, é uma boa amostra da realização dessas representações. Apesar das características clássicas, esses retratos já não eram tão idealizados quanto os gregos, muito provavelmente devido ao legado dos etruscos, grandes retratistas.
A Coluna de Trajano, erguida pelo Imperador para relatar e exaltar suas vitórias militares na Dácia (atual Romênia), provavelmente recebeu direta inspiração do costume oriental de realizar obras com tais temáticas. Mostra, com vários pormenores, a campanha da batalha, desde o embarque dos soldados até o combate. O equilíbrio grego aqui já cedeu espaço para os elementos narrativos. Os soldados, por exemplo, são normalmente representados maiores que os edifícios ou seus cavalos. Antecipa várias tendências na arte posterior em diferentes regiões do Império, seguindo seu exemplo várias colunas romanas posteriores.
A famosa “Estátua Eqüestre de Márcio Aurélio“, feita entre 161 e 180 d.C., extremamente admirada por mestres renascentistas como Michelangelo, também representa o imperador muito
maior que seu cavalo. Em bronze, mostra-os de forma majestosa e inspirando autoridade.