Operação Lava-Jato chega a Delfim Netto

OPERAÇÃO LAVA-JATO CHEGA A DELFIM NETTO
Miguel Carqueija

O noticiário de hoje informa que Antônio Delfim Netto, o todo-poderoso ministro da pasta esotérica do Planejamento, no tempo da ditadura militar, está sendo investigado pelo Ministério Público na Operação Lava-Jato. A notícia fala de 15 milhões em propinas pagas pelo Consórcio Construtor da Usina de Belo Monte, do qual faz parte a famosa Odebrecht; ainda segundo a notícia a divisão teria sido de 45 por cento para o PT, 45 para o PMDB e 10 por cento para Delfim Netto.
De passagem, embora este caso esteja ainda “sub-judice”, convém observar que os petistas costumam se apresentar como entes puros, santos de auréola ou anjos de asinha, mas o fato é que o PT participa da promiscuidade política que outra coisa não são essas coligações feitas conforme a conveniência. A maior prova disso está no Michel Temer, do PMDB, escolhido duas vezes para ser vice na chapa de Dilma. Ou será que alguém nega esse fato, pensando que nós outros não temos memória?
Agora com relação à triste figura de Delfim Netto (muito mais triste que Dom Quixote). Lembro muito bem que certa vez, quando ministro da Fazenda ou do Planejamento, ele fez uns cortes de verbas nos outros ministérios (era praticamente um primeiro-ministro embora tal cargo não existisse no Brasil) e o Hélio Beltrão (de outro ministério supérfluo, o da Desburocratização) reclamou. Então, diante das câmeras de tv, o Delfim exclamou irritado e arrogante: “Todos têm que se sacrificar!” Menos ele, é claro. Gordo como o Rei Momo, por aquela época também foi visto na tv participando de um banquete oferecido por empresários.
Gostaria de poder dizer a este repulsivo elemento que a Justiça de Deus existe e que pode aparentemente tardar, mas não falha. Nunca.

Rio de Janeiro, 9 de março de 2018.

para conferir a notícia:


odia.ig.com.br/brasil/2018/03/5520728-delfim-netto-levou-r-15-milhoes-de-propina-por-belo-monte-diz-mp-ele-nega.html