ENEM - artigo de opinião em OUT. 2017 "Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil

No período até 10 de dezembro de 2018, com o 70º aniversário da Declaração Universal, “será um ano de intensa e profunda reflexão na importância contínua e vital de cada um e de todos os 30 artigos contidos neste extraordinário documento”.

Acompanhe o tema em https://nacoesunidas.org/direitoshumanos.

https://nacoesunidas.org/onu-lanca-campanha-pelo-70o-aniversario-da-declaracao-universal-dos-direitos-humanos/

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Questão 91: ENEM 05/112017 para 2018

vestibular Provas e Correções... - Veja mais em https://vestibular.uol.com.br/provas-e-correcoes/2017/enem-2017-confira-o-gabarito-e-a-correcao-online/index.htm?prova=azul&correcao=1#azul-1-91&cmpid=copiaecola

https://g1.globo.com/educacao/enem/2017/noticia/tema-da-redacao-do-enem-2017-fala-sobre-a-educacao-de-surdos-no-brasil.ghtml

https://www.enem2017.com/provas-enem-2017-dias-05-e-12-de-novembro.html

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Por uma educação melhor na formação multicultural dos surdos no Brasil

J B Pereira - 05/11/2017

Embora tenhamos avançado em educação para surdos, há ainda demandas e desafios quanto à formação deles para que se sintam capazes de uma cidadania autônoma. A educação relativa às deficiências de qualquer natureza sempre se constituiu desafio à inclusão na formação social, pedagógica e de ações coletivas. Como e quando se dão os desafios à sua formação?

Primeiro, aceitar-se é talvez o melhor e o mais difícil para a pessoa e sua família. Trata-se de enfrentar a pressão psicossocial para se integrar como pessoa a partir de leituras de mundo, participação de pessoas que têm a mesma necessidade especial. Não é negativo ser diferente. É uma trajetória de construir pontos entre o sujeito em formação e seu porvir. Muitas vezes, entremeado por dificuldades de toda natureza, seja financeira, seja emocional. E, dentre elas, destacam-se o arrojar estereótipos culturais e a mentalidade individualista e protecionista sobre o surdo e suas coletividades. Situações em que barreiras acontecem, e outras vêm de um pretencioso cuidado em que não os deixa viver, por si mesmos, uma experiência de sucesso diante das dificuldades.

De alguma forma, os níveis de surdez terão diversos caminhos de superação e acesso à educação inclusiva para desenvolver competências e habilidades do surdo como cidadão e construtor de sua identidade na sociedade brasileira.

Socializar-se, de modo constante, na sua formação profissional. Acreditar que os que têm essa necessidade especial podem ingressar em profissões possíveis com amparo de outros agentes ou instituições especializadas, cujas tecnologias para sua autorrealização e inclusão no mercado de trabalho. Caminhos para construir sua vida e realizar sonhos, metas e objetivos segundo seus esforços e parcerias com as entidades fomentadas por políticas públicas.

Cabem aos governos democráticos, a sociedade civil e políticas públicas viabilizarem leis e condições e acesso à formação intelectual e acadêmica dessa minoria para que a educação inclusiva seja eficiente, tenha continuidade de projetos interessantes e locais para ela.

Desse modo, é preciso exigir mais do estado brasileiro que se cumpram e melhores as infraestruturas de acesso e aperfeiçoe metodologia e tecnologicamente a formação dos surdos via instituições de socialização, profissionalização, ampliação profissional para o trabalho. Não basta apenas apropriar-se de conhecimentos para sua formação integral, mas também utilizar-se deles de modo eficiente, decisivo e coletivamente no mundo cada vez mais complexo e marcado por ideologias de negação do diferente. Há de se organizar novos grupos que podem intercambiar experiências exitosas por municípios e estados; vencer obstáculos à formação séria e contextualizada cujos propósitos estão na Constituição cidadã do Brasil e nos direitos históricos de acesso às políticas educativas, aos mercados para trabalhadores surdos, universidades livres ou especiais para surdos-mudos com recursos pedagógicos, linguísticos (uso de LIBRAS e outras linguagens) e mediações tecnológicas compatíveis às suas necessidades, dependendo do grau e complexidade. A formação de equipes inter/transdisciplinares, formadas por surdos e não-surdos pode fazer a diferença histórica de que tanto precisa a face e a fase nova da educação democrática, solidária e inclusiva no Brasil.

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J B Pereira
Enviado por J B Pereira em 19/12/2017
Reeditado em 19/12/2017
Código do texto: T6203251
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