Presidente ilude generais: Império Retórico.

".... a sociedade Brasileira não tem muito apreço pela hierarquia e pela organização, diz Temer"

Dito a generais num jantar oficial, o que pensar quando um presidente da república se expressa para ouvintes com essa frase? O almoço que puxou um discurso improvisado do excelentíssimo Sr. Presidente Michel Temer tem o cheiro de rameira.

Devemos sentir esse cheiro? Não gostamos de expressões vulgares. -É claro! Somos esse tipo de gente, decadente, mas que preza pela aparência. E é nesse ritmo que vocabulário e roupas enfeitam o caráter há milhares de anos. Por outro lado, qual vulgaridade se expressa no cheiro de rameira do Sr. Presidente? E que cheiro é esse?

Vejamos, o que pensar de um intelectual que conhece bem as técnicas do discurso e que, quando sentado sob uma mesa com aqueles que gozam de certas características, começa prezando pelo que eles prezam? Será que ele está sendo gentil, compartilhando uma trivialidade, fazendo amigos para provar o doce mel da tirania? O que deve ser?

Pois analisemos: Se a sociedade Brasileira não tem apreço pela hierarquia e pela organização, qual o problema nisso? E se o alto escalão das forças armadas concorda com tamanho devaneio, pois, trata-se de um devaneio visto que a proposição parece supor que todos devam ser assim. Caso alguém diga que se trata de uma constatação, que seja, mas, por outro lado, ainda restaria saber o que é organização? Tratar uma nação como desorganizada é o mesmo que achar que ela deva ser organizada, do contrário, é como se o argumentador quisesse que um pólo navegasse sozinho.

E ainda mais, a estratégia da frase não é de um cientista, mas, de alguém que trabalha sorrateiramente com o discurso, buscando aliados. É como Lula dizia, se vamos fazer um discurso para os metalúrgicos, devemos falar deles, dos problemas deles. No caso do apoio que busca o então Sr. Michel Temer, se é para ganhar o apoio dos militares, é melhor falar no que eles são bons do que o contrário. Se pensarmos assim, então, o que significa dizer que o Brasil não tem apreço pela hierarquia e pela organização? Será que o Sr. Presidente está incitando ação. Isto é, se não tem organização, precisa de que para tal? Será isso?

De qualquer modo, a estratégia do lugar-comum que utiliza um princípio para persuadir é escandalosa, principalmente utilizada por um homem da República que deveria se calar a não ser, para ser científico nas conclusões e não preconceituoso, haja vista tamanha responsabilidade com a diversidade, a não ser que o caso seja a velha organização Europeia, datada por horários e com pouca criatividade. Se for assim, isto é, se buscam máquinas num mundo pontual, a uniformidade da cultura bastará?

Um mundo triste onde um presidente age tragicamente pelo impossível, uniforme como ele mesmo, sua cultura traz pouca visão, engana povo, forças armadas e a si próprio, num psicologismo ignorante e atuante no sentido retórico. Daqueles que sabem as técnicas da argumentação, patetizam-se quando desejam criar uma cultura uniforme. Essa triste realidade que experimentamos atualmente no Brasil é resultado de um Presidente retórico a serviço dos seus interesses e de uma classe: Tirano!

Vamos revisar: Se não-organizado, então, ruim. Se "ruim", pode ser simplesmente o diferente, outra cultura. Se outra cultura, então, (supostamente não-organizados). Agora, por que um presidente da república e intelectual seria tão preconceituoso com a cultura a ponto de valorizar um atributo particular para o Universal, das forças armadas para o povo em geral, a preço de que? Isso não é só trágico como assustador, pois, perguntar-se-a, que grau de consciência tem esse indivíduo? A mim me parece que se trata de um ignorante, tirano de si que busca a Universalidade de uma cultura impossível de recuar sobre um costume tão diverso.

Pingado
Enviado por Pingado em 18/12/2017
Reeditado em 18/12/2017
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