LEMBRANÇA ESPECIAL
LEMBRANÇA ESPECIAL
São tantos os dias do Sênior, que já alcançaram seus setenta ou mais anos de vida, que poderíamos dizer, sobre um deles, em especial. Com certeza não temos memória deles todos, para lembrarmo-nos daquele que mais nos marcou desde então. Imaginem um novelo de nervos na nossa massa cefálica sobressaltando distancia em distancia, um a um na sua extensão, procurando apontar qual momento da hora, dia, mês, ano, acusa o apontamento da mais importante registrada em nossas vidas. Cabe ressaltar, que além da memória cognitiva, há registros subconscientes, de fatos ocorridos, de suma importância, vital para a nossa existência, que podemos confundirmos o grau de importância que julgamos revelável. Então começa uma batalha de informações para discernir qual deva ser a revelável. O subconsciente é maroto, num passa-moleque, de não querer revelar o que condena. Muitas vezes o condenável é o episódio que fora mais importante para o alto conhecimento e satisfação do nosso ego. Pode ser também, que o oculto comportamento, tenha sido o divisor das águas, lamaçal e límpida, que sendo potável ou descartável, podem atender, em fim, as necessidades momentâneas. Portanto nada é descartável ou mensurável senão em face do objetivo desejado. Além da memória existem fatos e ações cometidas que ficaram registradas no seu tempo e marcadas no espaço existencial da sua época. Por exemplo, a escola onde fomos alfabetizados; o Templo onde fomos batizados; o acidente político que ficou marcado na história; a catástrofes que danificou ecologicamente o local urbano. Assim é que mesmo que a traição da memória nos deixou com amnésia, os fatos marcados, servem, mnemonicamente, como meio de recordação dos feitos registrados.
Os computadores que imitam a nossa memória, registram no seu HD até o seu limite de espaço, e quando gravamos por cima do que já foi gravado, aparentemente apagando os registros passados, na verdade não sucumbem, pois já existem programas que recuperam aqueles sub-registrados. Haja vista os procedimentos policiais investigatórios que a Polícia Federal se utiliza, para obtenção de provas descartadas.
Assim é também conosco em relação à memória aparentemente apagada da lembrança. Se formos buscar acontecimentos paralelos àqueles interessados, poderemos nos lembrar de datas, horários, lugares que jamais recordaríamos sem a ajuda dessa muleta.
Dizer, portanto qual momento existencial merece maior relevância é ilusório e capcioso, pois sempre existirá aquele que foi marcado de forma indelével na nossa existência, que dependendo da circunstancia, do momento ou do fato acontecido, será ele, o de maior relevância da nossa vida, independentemente dos nossos anos cronológicos.
Graças aos marcos histórico, não nos esquecemos dos tempos passados que ficou registrado, alheia de nossa memória, os lembrar. Pois eles estão presentes independentemente da sua importância. Porque ela é subjetiva e relativa. Assim deve ser também a nossa memória; marcante involuntariamente do seu conceito de importância, que surgirá na medida da relevância momentânea. Portanto não ha lembrança específica, todas são essenciais na hora certa na ocasião exata da sua avaliação perquirida.
Chico Luz