Parada LGBTQ+

CIEP Brizolão 394 - Cândido Augusto Ribeiro Neto

Aluna: Maysa de Oliveira N°: 22

Turma: 1002

Professor: Felipe xxx

Data: 03/10/2017

"O Movimento Popular é uma designação dada por seus próprios militantes, diferente do conceito de movimento social criado pela sociologia, o movimento popular é fruto das contradições sociais e econômicas do sistema capitalista, podendo o movimento popular ser um agrupamento de comunidades carentes que ocupam uma área urbana, como também ele não pode ser um movimento de classes abastadas que estão defendendo uma pauta propositiva como os movimentos ambientais e GLS.

Em suma, o Movimento Popular é um sujeito coletivo oriundo das contradições econômicas do sistema capitalista e em confronto com esse sistema, é um movimento não institucionalizado e é formado pelas camadas pobres. O Movimento Popular não é um sujeito histórico fruto da estrutura econômica, mas fruto das condições subjetivas dessa estrutura."

Eu poderia escrever sobre diversos movimentos populares, porém, dentre tantos, a Parada LGBT é a que mais me chama a atenção, pois divide opiniões de todos, seja de quem participa ou quem apenas "assiste" ao movimento.

Parada do orgulho LGBT ou simplesmente parada do orgulho gay são uma série de eventos de ações afirmativas para a comunidade LGBT que comemoram o orgulho e a cultura de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros. Em alguns locais no Brasil, o T, que representa a presença de travestis e transexuais no movimento, também diz respeito à transgêneros, ou seja, pessoas cuja identidade de gênero não se alinha de modo contínuo ao sexo que foi designado no nascimento (crossdressers, drag queens, transformistas, entre outros) (LGBT). O movimento que hoje é conhecido pela sigla LGBT –e que já foi GLS – gays, lésbicas e simpatizantes – é composto por diversos eventos, promovendo e mostrando o trabalho de seus colaboradores e organizadores ativistas, sempre em busca dos direitos de sua comunidade, direitos estes negados ou desrespeitados por algumas parcelas da sociedade.

É para se divertir mas também é pra protestar. Exija seus direitos. Lute pela democracia, direitos iguais para todos!

A parada gay não é carnaval, a parada gay é -ou deveria ser- na verdade, protesto, luta, busca por visibilidade e direitos humanos.

"É difícil falar de parada gay e não pensar em um movimento que lute por direitos que nós gays tanto buscamos, mas que sozinhos jamais serão possíveis de serem conquistados. Com a idéia de união, de sair às ruas e mostrar ao povo que gay também existe. Em vários países o tom político é levado extremamente a sério, mas no Brasil – apesar de reunir tanta gente, ainda deixa a desejar.

Ser gay não é ter dor, é ser igual, é ser livre." -Stop Homophobia, Blog no WordPress.com

SUAS MOTIVAÇÕES E SEU INÍCIO

"Violência policial motivou primeira manifestação do orgulho gay em Nova York, em 1969"

Uma batida policial no bar Stonewall em NY, um dos principais bares da década de 60 que servia de ponto de encontro entre gays e lésbicas, cujos frequentadores cansados de abusos e repreensões de autoridades locais, rebelaram-se em 1989. A prisão e o espancamento de várias pessoas levaram 2.000 manifestantes às ruas da cidade no dia 28 de junho daquele ano.

Desde então, o "28 de junho" se tornou o dia oficial do orgulho gay. As manifestações no bairro de Greenwich Village, na ilha de Manhattan, deram início a um movimento pelos direitos civis dos cidadãos homossexuais que conseguiu vários avanços nas últimas quatro décadas. A homossexualidade deixou de ser considerados crime e doença em vários países e muitos outros passaram a permitir o casamento entre pessoas de mesmo sexo.

FORÇAS QUE ESTÃO EM CONFLITO

A homofobia é a repulsa ou aversão aos homossexuais. O preconceito em muitas sociedades impede que gays possam exercer livremente a sua cidadania ou viver em segurança. Alvo de discriminação, são constantemente ameaçados com insultos ou agressões físicas que muitas vezes levam à morte.

O pior acontece quando o preconceito se torna uma política de Estado. Em pleno século XXI, a prática homossexual é considerada crime em mais de 70 países. Em oito deles, a punição para quem se relaciona com alguém do mesmo sexo é a morte.

RESULTADOS QUE SURGIRAM APÓS A 1° PARADA LGBT (TRAJETÓRIA E CONQUISTAS)

Direitos LGBTs no Brasil

O reconhecimento legal e judicial dos direitos LGBT no Brasil tem avançado. Se por um lado a homossexualidade não é considerada crime desde 1830, nas últimas décadas tem-se avançado na igualdade de direitos entre casais homossexuais e heterossexuais, além do combate à discriminação. Entre as reivindicações quanto a direitos LGBT, pode-se citar o reconhecimento das uniões homossexuais, conquista de direitos previdenciários, combate à discriminação, adoção e reconhecimento jurídico da redesignação sexual. As decisões judiciais têm avançado bastante no reconhecimento de direitos, enquanto a legislação tem encontrado resistência para avançar.

O Brasil, apesar de ser considerado o país onde mais ocorrem crimes de ódio contra LGBTs no mundo, não criminaliza legalmente a homossexualidade como outros países lusófonos. Tramitam no Congresso Nacional dois projetos de leis que, se aprovados, elevaria a legislação brasileira ao nível dos países europeus no que diz respeito aos direitos LGBT. São eles: a autorização da união civil entre pessoas do mesmo sexo, de autoria da ex-deputada federal Marta Suplicy, e a criminalização da homofobia, de autoria da ex-deputada Iara Bernardes. Em 2008, foi lançado o site Não Homofobia, com o objetivo de reunir as assinaturas de 1% do eleitorado e dar início a um projeto de lei de iniciativa popular. O site recebeu o apoio de diversos artistas, como Taís Araújo, Lázaro Ramos, Tuca Andrada, Lúcia Veríssimo, MV Bill e Elza Soares.

Avanços significativos no combate à homofobia vêm sendo conquistados a nível regional durante o governo de Sérgio Cabral no Rio de Janeiro, que criou o Conselho de Direitos LGBT, ou pela Justiça do Rio Grande do Sul, que foi a primeira a reconhecer as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo. Durante a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva foram lançadas campanhas de conscientização contra a homofobia, como a Brasil sem homofobia, além da I Conferência Nacional GLBT, onde o Ministro da Saúde José Gomes Temporão anunciou a publicação de portaria autorizando o Sistema Único de Saúde a realizar operações de redesignação sexual. Lula foi, de fato, o primeiro presidente da República a se referir publicamente aos cidadãos gays. Durante uma entrevista ao programa 3 a 1, da TV Brasil, ele afirmou: "o importante é que sejam cidadãos brasileiros, respeitem a Constituição e cumpram com seu compromisso com a nação. O resto é problema deles e eu sou defensor da união civil". Lula entrou para a seleta lista da revista espanhola Zero dos líderes latino-americanos que lutam para erradicar a homofobia. Durante o segundo turno das eleições de 2006, a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros (ABGLT) declarou seu apoio a Lula, divulgando, em nota oficial, que ele "mantém um excelente diálogo com a comunidade LGBT".

VIOLÊNCIA E CRIMINALIZAÇÃO

Uma das conquistas mais importantes neste sentido é o avanço da legalização da união civil entre pessoas do mesmo sexo pelo mundo. Ainda são poucos os países que permitem o casamento gay.

Em junho de 2015, a Suprema Corte dos EUA legalizou o casamento gay em todos os 50 estados do país, considerando a união civil homoafetiva um direito garantido pela Constituição. A decisão foi uma importante conquista para a igualdade de direitos em todo o mundo, pois, como maior potência mundial, os EUA têm grande capacidade de influenciar comportamentos e cultura em outros países.

Vale ressaltar que o direito ao casamento gay não diz respeito somente ao aspecto afetivo da união, mas, principalmente, às garantias legais conquistadas. No Brasil, o casamento gay foi reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em maio de 2011. Com isso, as pessoas do mesmo sexo podem desfrutar dos mesmos direitos e garantias que eram exclusivos dos casais heterossexuais, como a comunhão de bens, pensões e aposentadorias e a possibilidade de compartilhar uma adoção.

Apesar de o fato significar uma importante conquista na igualdade de direitos, o preconceito contra os homossexuais ainda é latente na sociedade brasileira. Dados do Grupo Gay da Bahia (GGB), que há três décadas coleta informações sobre homofobia, indicam que, em 2015, foram registrados 318 assassinatos de gays, travestis e lésbicas, vítimas de agressões físicas. São Paulo lidera a lista, com 55 assassinatos, seguido pela Bahia, com 33. Segundo a organização, quase todos os casos tem como componente a homofobia.

RELATOS DE PESSOAS QUE FORAM À PARADAS LGBT

Existem milhões e milhões de pessoas que já foram à paradas lgbt, porém eu conversei com algumas delas, tanto heterossexuais quanto lgbt's.

Primeiro falei com uma pansexual, e a perguntei sobre sua experiência das vezes em que ela participou do evento, ela me conta: "Nas duas vezes que fui na parada gay, foi muito bom eu me senti muito mais em casa, do que na minha própria casa mesmo, lá eles me aceitam do jeito que eu sou e não me julgam. Eu me senti muito feliz lá, fiz muitos amigos e agora eles são como a minha família!"

Logo depois eu fale com um jovem gay, que tinha ido pela primeira vez numa parada há um ano, ele me disse na maior alegria:"Eu sempre achei que nunca ia me encaixar em lugar nenhum, tipo que eu ia morrer sozinha, mas quando eu passei pela parada e decidi ficar, eu meio que abri meus olhos.Eu sempre achei quer nessas paradas só tinham pessoas querendo se aproveitar e tal, mas não foi assim, eles me trataram super bem , eu me senti muito à vontade lá. Acho que naquele dia eu percebi que eu não devia me envergonhar de quem eu sou nem de quem eu amo, eu só percebi que eu precisava me orgulhar mais, quando eu fui na parada gay pela primeira vez."

Não vou colocar muitos depoimentos (por mais que eu tenha recebido bastante, e na maioria sempre positivos), mas vou pôr por último a opinião de um homem heterossexual que foi na última parada lgbt que teve em São Paulo, ele mesmo relutando um pouco, me disse: "Eu fui lá mais pra zuar mesmo, sabe? Eu queria perturbar, de repente, até humilhar uma daquelas pessoas, mas assim que eu cheguei no meio da multidão, eu vi todos com um sorrido no rosto. Foi bem esquisito, porque quando eu ia pras ruas pra humilhar alguém, eles sempre ficavam quietos, como se estivessem com vergonha, ou como se fossem inferior a mim, mas eu gostava disso, então quando eu reparei que só naquele dia eles estavam sorrindo, dançando e pulando, eu fiquei sem reação. Alguns me ofereceram comidas e bebidas, sempre sorrindo e sendo simpáticos, e ao contrário do que eu tava achando, ninguém foi desrespeitoso nem deu encima de mim, o que eu achei mais estranho ainda. Mas, o que eu tô tentando falar é que eu tava completamente enganado e que se todos convidem pelo menos um pouco com aquelas pessoas, eles iriam perceber que não temos motivos pra odiar os gays, mas temos que tratar eles igualmente até porque somos todos server humanos."

JULGAMENTO PRÓPRIO

As pessoas se importam demais com quem ama quem. Se nós somos héteros, homossexuais, transsexuais (...), nós não devemos nos rebaixar nem rebaixar os outros, não devemos julgar nem nos deixar ser rebaixados por julgamentos dos outros. Todos nós somos seres humanos, temos sangue correndo mas veias, temos necessidades e, obviamente, respiramos o mesmo oxigênio. Não deveria ter toda essa desigualdade social entre a comunidade LGBT a a "família tradicional brasileira".

A parada LGBT é mais do que uma "festa", uma "comemoração", é o dia do orgulho gay! O único dia do ano que as pessoas podem ser em são livremente! A família LGBT passa todos os dias do ano sendo julgada, espancada e até morta, e o dia que ocorre a parada LGBT é o dia delas se orgulharem de quem são. Pois, elas são julgadas por outras pessoas, simplesmente por amarem quem elas amam! Isso é extremamente absurdo! Elas não escolheram isso, ninguém decide quem ama.

Se você é um homem ou uma mulher heterossexual, como você soube que era hétero? "Ah, eu nasci assim", você pode falar. Mas, se eu perguntar "Porque os gays se sentem atraídos por pessoas do mesmo sexo? Eles escolhem?", provavelmente a resposta que vou ter é "Sim, eles escolheram", mas, se você nasceu sendo heterossexual, porque acha que eles escolheram ser homossexuais? Você decidiu que iria amar seu marido, sua esposa, seu namorado ou sua namorada? Obviamente não. Nós não decidimos quem nós amamos!

O dia do orgulho gay é um dos dias mais importantes para a família LGBT, é o dia de mostrar que somos iguais, que somos felizes, que amamos, que temos necessidades e que não somos doentes. É o dia que levantamos nossa bandeira e dizemos "EU ME ORGULHO! EU SOU QUEM EU SOU! E NADA PODE, NEM VAI ME ABALAR HOJE!".

Maay Olivier
Enviado por Maay Olivier em 07/11/2017
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