A aventura humana
A aventura humana na terra é pautada por marcos históricos, que nos fazem refletir a respeito da verdadeira face que incutimos ao desenvolvimento e aos progressos técnicos/científicos/cognitivos. Glamorizar-se de forma até exagerada as realizações da civilização. Ignoram-se porém oportunamente a súplica ardente dos oprimidos, dos excluídos que por um motivo ou outro, vivem a par da sociedade moderna. Incluem-se neste martírio nações e povos inteiros. São indivíduos vivendo em condições desumanas, privados das condições básicas; água consumível, comida e teto para habitar, e estatisticamente abaixo da linha de pobreza, são pessoas sem eira nem beira.
Os marcos históricos que pautam de forma marcante a civilização como conhecemos hoje, podem ser de forma nem sempre consensual classificados sob a seguinte égide: revolução ou invenção da agricultura, cerca de 10.000 A.C., invenção da escrita aproximadamente em 4.000 a 3.600 A.C., início da experiência democrática na Grécia Antiga, com grande explosão de conhecimento no mesmo período em 500 A.C (aproximadamente), queda do Império Romano no Ocidente em 479 A.C., fundação das primeiras Universidades na Europa nos séculos XI e XII, Renascimento, isto é o retorno ao Mundo Clássico Greco Romano, séculos XV e XVI, iluminismo e a Revolução Científica, no século XVII, Revolução Industrial no século XVII e na contemporaneidade a Revolução Tecnológica.
Entretanto não podemos nos furtar de elencar o que a face sombria do desenvolvimento trouxe. Ela não aplacou a súplica dos menos favorecidos, e em muitos casos abriu uma fossa completamente abissal entre os que mais tem, ante aos que menos tem. Os regimes capitalistas e socialistas não forneceram soluções para esta sangria, ao contrário, o primeiro é marcado pela competição selvagem e consumismo exasperado, e o segundo uma indústria indiscriminada e antidemocrática de ditadores cruéis e inescrupulosos o que acarretou em milhares de vidas ceifadas, em seus países respectivamente.
O idolatrado conhecimento, colocado em um panteão supremo, sempre foi restrito a poucos, nunca foi disseminado a maioria. E desde os tempos passados, os mais favorecidos tinham acesso facilitado ao aprendizado. Muito embora na atualidade tem-se labutado para a disseminação do conhecimento, mas indubitavelmente as camadas mais pobres já tem na educação de base uma formação destinada à mão-de-obra, primando pela técnica pura, em detrimento da ciência pensante e reflexiva.
É preciso fazermos uma reflexão, e questionarmos a respeito dos ditos avanços e desenvolvimentos que somos levados a crer, por meios propagandistas de governos oportunistas e corruptos, e empresas que objetivam lucros cada vez mais acentuados e dominância de suas marcas mundo afora. Voltarmos para a essência, priorizarmos o saber pelo saber, a sede e ânsia por desvelar os fenômenos naturais, bem como de uma forma sinérgica encurtar a distância cruel e abominável entre os ricos e os pobres, em escala mundial. Pensando e pautando as ações não localmente, mas sim globalmente.