MOSTRA BRASIL, O ETHOS E A ARTE OBSCENA
A verdade, por vezes, pode ser dolorosa, mas sempre é o melhor caminho e a única maneira saudável de crescer.
O Brasil, além de ser uma nação jovem, se comparada a outras nações, principalmente europeias e orientais, é uma nação que teve um início ruim.
Nascemos de fato como país com a vinda da família real portuguesa em 1808, até então éramos uma terra desolada, composta por índios explorados e portugueses desterrados.
Ao chegarem aqui em circunstâncias escusas, eis que a família real fugia de Napoleão, pouco se fez para criar uma nação, com identidade, valores e propósitos.
Talvez o primeiro político - peço vênia se estou errado - que tenha se preocupado em tornar o Brasil uma nação foi José Bonifácio, na época de D. Pedro II.
Além disso, toda vez que se promulga uma Constituição, o país nasce novamente, em princípios, doutrinas e valores, que fundamentam o seu ethos político.
Nossas instituições, portando, são inauguradas em 1988, principalmente o Ministério Público e a Própria Justiça Federal.
Somos neófitos na história mundial, estamos passando por um momento de "têmpera", dói, muito, mas encontraremos nossa dignidade e identidade e sairemos melhor dessa fase.
A Lava-jato varre a corrupção da classe política e empresarial também, mas torna mais alvo todos nós brasileiros.
Por isso a reação pública em face da mostra de "arte" exposta no RS, é tão significativa, porque precisamos estabelecer nossas balizas e valores, explicitar o que queremos ser como nação. Vivemos um momento crucial da nossa história e não podemos nos furtar de explicitar nossa opinião pessoal e coletiva.