Minha experiencia de fumante
No quintal da minha casa tinha um pé de xuxu, cujos galhos formam uma espécie de canudo, que se assemelha a um cigarro.
Aí começou minha vida de fumante.Eu devia estar pelos doze ou treze anos, e de vez em quando, pitava o canudinho de xuxu.
Mais adiante, lá pelos vinte anos, aparecem as amigas fumantes.Experimenta daqui e dalí, vez ou outra, comprava um maço de cigarros.Sempre escondida de meu pai que dizia que "mulher que fuma tem cheiro de homem". Mas, apesar dessa horrível frase machista, o verdadeiro motivo da reprovação dele era mesmo pela saúde, visto que fumou apenas dois anos de sua vida: doa dezesseis aos dezoito anos.
Aos poucos, o vício se sedimentou. Uma vez parei de fumar por cinco anos, obedecendo uma promessa a Deus.Finfo o período da promessa, voltei a fumar.Desta vez escondida de minha filha, ainda criança, e do meu pai.
As promessas não me seguravam mais. cheguei a fumar um maço por dia.
Mais tarde, minha filha, então estudante de medicina,obviamente, sabendo do mal que me causaria, me pedia insistentemente para eu largasse o cigarro.
Eu, sinceramente, achava que nunca ia largar. O cigarro é o mal conselheiro, que apesar de fazer mal, te proporciona um prazer intenso, talvez, substituindo outros prazeres impossíveis.
Fumei até o dia em que minha filha, aos prantos, me telefona pedindo para eu parar de fumar.
Na hora não entendi bem a urgência do telefonema. Aí ela me explicou que estava com um paciente no hospital morrendo de enfisema pulmonar.
O sofrimento dele não só a tocou muito, como ela me colocou no lugar dele.
O sofrimento dela me emocionou demais! Prometi-lhe, naquele momento, que nunca mais fumaria um cigarro.
Estou firme na promessa.