PATERNIDADE

Maldito Complexo de Édipo que faz meu filho se apaixonar pela mãe e me rejeitar.

Maldito Complexo de Electra que faz minha filha se apaixonar por mim e a mãe dela ter ciúmes deste amor.

Eu sou um pai que se compara ao Criador, aquele que criou todas as coisas, e que ama a todos os filhos de forma suprema.

E gostaria que eles entendessem isto, mas parece que não irão nunca entender que os amo de forma incondicional.

É que criamos os filhos para o mundo, mas também, eles não precisam nos virar as costas quando se aventuram nele, ou quando crescem e se sentem donos do mundo e de todas as verdades.

Os filhos esquecem que nas noites mal dormidas, nas cólicas, nas quedas dos dentes, nos pontos em machucados, nos aparelhos nos dentes, nas idas aos pediatras a mão forte e a segurança sempre era a do pai presente.

Pais maus existem, pois existem homens maus e o caráter de um homem não se mede pelo fato de ele ser pai, e o homem mau assim o será, independente de ser pai ou não. E eu me considero um ótimo pai, mas tenho os meus limites como ser humano e como homem que não deixou e não deixará nunca de ser uma pessoa que tem vida própria e que não deixará de vivê-la dignamente em função do egoísmo de filhos criados, no entanto, eu já disse não a muito de meus sonhos em nome do amor de meus filhos, mas agora é hora de cuidar um pouco de mim, visto que eles não o farão.

Infelizmente, poucos são os filhos que depois que se tornam pais se lembram dos seus. Isto parece um circulo vicioso da humanidade e por todo o tempo não mudará. Basta visitar os “asilos” (depósitos de velhos), onde a maioria colocada lá é esquecida.

Penso ainda que não haveria necessidade de ter “um dia dos pais” para que os filhos não tivessem as suas consciências tranqüilas nos outros 364 dias do ano.

MARIO ROGERIO FEIJO
Enviado por MARIO ROGERIO FEIJO em 08/08/2007
Reeditado em 11/09/2007
Código do texto: T598217
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