PATERNIDADE
Maldito Complexo de Édipo que faz meu filho se apaixonar pela mãe e me rejeitar.
Maldito Complexo de Electra que faz minha filha se apaixonar por mim e a mãe dela ter ciúmes deste amor.
Eu sou um pai que se compara ao Criador, aquele que criou todas as coisas, e que ama a todos os filhos de forma suprema.
E gostaria que eles entendessem isto, mas parece que não irão nunca entender que os amo de forma incondicional.
É que criamos os filhos para o mundo, mas também, eles não precisam nos virar as costas quando se aventuram nele, ou quando crescem e se sentem donos do mundo e de todas as verdades.
Os filhos esquecem que nas noites mal dormidas, nas cólicas, nas quedas dos dentes, nos pontos em machucados, nos aparelhos nos dentes, nas idas aos pediatras a mão forte e a segurança sempre era a do pai presente.
Pais maus existem, pois existem homens maus e o caráter de um homem não se mede pelo fato de ele ser pai, e o homem mau assim o será, independente de ser pai ou não. E eu me considero um ótimo pai, mas tenho os meus limites como ser humano e como homem que não deixou e não deixará nunca de ser uma pessoa que tem vida própria e que não deixará de vivê-la dignamente em função do egoísmo de filhos criados, no entanto, eu já disse não a muito de meus sonhos em nome do amor de meus filhos, mas agora é hora de cuidar um pouco de mim, visto que eles não o farão.
Infelizmente, poucos são os filhos que depois que se tornam pais se lembram dos seus. Isto parece um circulo vicioso da humanidade e por todo o tempo não mudará. Basta visitar os “asilos” (depósitos de velhos), onde a maioria colocada lá é esquecida.
Penso ainda que não haveria necessidade de ter “um dia dos pais” para que os filhos não tivessem as suas consciências tranqüilas nos outros 364 dias do ano.