Depois de mais uma noite ela tenta se recompor, tenta abrir seus olhos e enxergar,está inchado, dolorido e roxo. Dói sim, e como doía, mas o que mais doía não era isso,era sua dignidade, votos feitos em cima do altar, e anos jogados fora. O corpo machucado,e as mãos trêmulas, o medo estampado em seu rosto...
-Será que ele vai chegar? Será que está chegando?
-Preciso cozinhar direito hoje, preciso estar arrumada de acordo...
-Não quero contrária-lo outra vez.
O cinismo, a violência, a revolta, e tudo em volta dizia que a culpa era dela, apanhar era culpa dela, nada ia mudar. O que mais entristecia é que ela era apenas mais uma estatística. E ninguém se importava com estatísticas.. 
Gabriel Sant
Enviado por Gabriel Sant em 11/02/2017
Reeditado em 11/02/2017
Código do texto: T5909662
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