O homem não foi na Lua?
Essa polêmica surgiu anos atrás em livros, debates na televisão e espalhou-se pela internet. Em resumo pretendem os defensores desta tese que os pousos norte-americanos na Lua, como a histórica viagem de Armstrong, Aldrin e Collins, não passaram de fraude ultra-sofisticada. Utilizam argumentos elaborados que incluem a técnica de fotografia, a posição da bandeira etc.
Não sou desses que negam "a priori" uma teoria da conspiração pois pode ser que a conspiração exista mesmo. No entanto esta tese apresenta graves furos, como acusar o cineasta Stanley Kubrick de ser o responsável pela filmagem fraudulenta. Ora essa, Kubrick só realizou um filme espacial, "Odisséia no espaço", lançado em 1968 e que consumiu quase cinco anos de trabalho. Além disso, há anos ele já nem morava nos Estados Unidos, transferira-se para a Inglaterra algum tempo após "Spartacus" (1960).
Há porém um ponto que me parece importantíssimo: os defensores da tese limitam-se a acusar os Estados Unidos de fraude e silenciam sistematicamente no que se refere aos pousos russos na Lua. E antes que alguém objete lembro que, mesmo não tendo enviado astronautas ao satélite, a URSS enviou naves não-tripuladas. Lembro que em 1966, portanto três anos antes do primeiro pouso tripulado (o de Armstrong) uma nave soviética lá pousou e desovou uma espécie de carro-robô que saiu andando pela áspera superfície da Lua e foi apelidado "o primeiro caminhante lunar".
Mesmo que seja mais fácil enviar uma nave automática que uma tripulada ao satélite, isso não é tão fácil assim: tente você fazer isso.
Então, tudo isso cheira a implicância com os norte-americanos e, por mais críticas que os EUA mereçam, nesse ponto não cola. Por uma questão de honestidade intelectual o pessoal que espalha por aí "o homem não foi à Lua" tem a obrigação de se posicionar nessa questão: os vôos lunares russos ocorreram de fato, ou também foram fraudulentos?
Enquanto não tomarem conhecimento dessa questão, sua teoria da conspiração não merece ser levada a sério.
Rio de Janeiro, 16 de janeiro de 2017.
Essa polêmica surgiu anos atrás em livros, debates na televisão e espalhou-se pela internet. Em resumo pretendem os defensores desta tese que os pousos norte-americanos na Lua, como a histórica viagem de Armstrong, Aldrin e Collins, não passaram de fraude ultra-sofisticada. Utilizam argumentos elaborados que incluem a técnica de fotografia, a posição da bandeira etc.
Não sou desses que negam "a priori" uma teoria da conspiração pois pode ser que a conspiração exista mesmo. No entanto esta tese apresenta graves furos, como acusar o cineasta Stanley Kubrick de ser o responsável pela filmagem fraudulenta. Ora essa, Kubrick só realizou um filme espacial, "Odisséia no espaço", lançado em 1968 e que consumiu quase cinco anos de trabalho. Além disso, há anos ele já nem morava nos Estados Unidos, transferira-se para a Inglaterra algum tempo após "Spartacus" (1960).
Há porém um ponto que me parece importantíssimo: os defensores da tese limitam-se a acusar os Estados Unidos de fraude e silenciam sistematicamente no que se refere aos pousos russos na Lua. E antes que alguém objete lembro que, mesmo não tendo enviado astronautas ao satélite, a URSS enviou naves não-tripuladas. Lembro que em 1966, portanto três anos antes do primeiro pouso tripulado (o de Armstrong) uma nave soviética lá pousou e desovou uma espécie de carro-robô que saiu andando pela áspera superfície da Lua e foi apelidado "o primeiro caminhante lunar".
Mesmo que seja mais fácil enviar uma nave automática que uma tripulada ao satélite, isso não é tão fácil assim: tente você fazer isso.
Então, tudo isso cheira a implicância com os norte-americanos e, por mais críticas que os EUA mereçam, nesse ponto não cola. Por uma questão de honestidade intelectual o pessoal que espalha por aí "o homem não foi à Lua" tem a obrigação de se posicionar nessa questão: os vôos lunares russos ocorreram de fato, ou também foram fraudulentos?
Enquanto não tomarem conhecimento dessa questão, sua teoria da conspiração não merece ser levada a sério.
Rio de Janeiro, 16 de janeiro de 2017.