Contradições existenciais da vida e de morte
J B PEREIRA – 30/11/2016
Contradições existenciais da vida e de morte
J B PEREIRA – 30/11/2016
Por muito tempo, seres humanos se consideraram invencíveis e superiores. Seu viés destrutivo arrojou a natureza como uma mercadoria e descarte. A dor se abateu sobre a humanidade desde que essa visão instrumentalista, utilitarista se impôs ao lado dos sistemas sociopolíticos. Por quê?
Porque passamos a gerar morte na tentativa de dominar a vida. A ciência positiva veio para dar conforto, fracassou de certo modo. Gerou poluição, efeito estufa, aquecimento global, morte às baleias e aos oceanos etc.
Não considerando a riqueza da pluralidade cultural das latitudes, engendrou o eurocentrismo e a dominação veio a subordinar negros, mulheres e crianças ao mundo dominado pela lei e não pelo coração. A riqueza e o poder, o lucro e as terras estavam acima das gentes.
Levou-se fome e medo a todo lado e as guerras se impuseram terrível e inexoravelmente.
Veio a globalização. O mundo virou a aldeia. A tecnologia não é má em si, mas o uso dela pode trazer transtornou e egocentrismos e centralismos perigosos. A acumulação de capital e imagens contra a maioria de migrantes e diferença culturais é a maior contradição neoliberal dos nossos tempos. A democracia tende sobreviver entre tensões entre classes cada vez mais ricas à custa de outras comunidades cada vez mais empobrecidas.
A tecnologia constitui a legenda de uma humanidade que conquistou o céu e o espaço de certo modo com milhões de dólares, mas não se conquistou. Não superou seus conflitos e guerras e fobias históricas, o racismo e o terrorismo vertiginosos a nos incomodar depois de avanços e crises pós-guerra fria, do Golfo, das Malvinas etc. A memória de antepassados grita em imagens e miragens sem fim. Tempos modernos, de Chaplin (1936), é o filme emblemático de uma transição de épocas. Agora recentemente, a Queda das Torres Gêmeas (11 de Setembro de 2001), Primavera Árabe (a partir de 18 de dezembro de 2010), atendados islâmicos em Paris (19 de nov. de 2015), etc. indicam os fundamentalismos radicalíssimos entre ocidente e oriente sempre recalcitrantes.
E o receio maior de colapso do sistema político que está atrelado ao mercado global cujo fulcro é o lucro acima de tudo e a marginalização de correntes migratórias dentre os continentes. A corrupção endêmica e herança colonial ainda persistem entre nós com conluios desnudados na Lava-jato.
O homem é um ser mais do que ter. Deveria ter para ser melhor. É preciso ponderar e aquilatar as imagens e ressensibilizar nossa ação, consciência coletiva e solidariedade diante dos impasses da humanidade e encontrar a negociação entre os povos e o respeito mútuo entre comunidades e os mais ricos. Somos uma rede de relações, o mundo será melhor se soubermos fazer a diferença e vencer os erros e tendências negativas da história que construímos. Nunca é tarde para recomeçar.
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datas na internet.