A Educação Física e as revoluções

1. INTRODUÇÃO

A sistematização da Educação Física como área de conhecimento no século XX no Brasil, advêm de período e acontecimentos ligados a épocas anteriores, e as vezes esta marcado por grandes acontecimentos de proporções mundial. E foi assim com a construção do pensamento sobre o corpo, esta ligado e foi marcado pela revolução industrial e francesa, sendo que, estes dois grande acontecimento mudaram para sempre toda a sociedade bem como as atividades nela realizada.

Entende-se que a revolução Industrial era um novo modo de produzira a vida, tendo como foco o lucro ou a acumulação de riquezas e a Francesa a educação para as massas, assim com a Revolução Industrial houve grandes produções através das maquinas e da enorme exploração da classe proletariado, aliado a educação que os dominassem ditaram o tom do desenvolvimento.

Somado a esses acontecimentos tem-se o avanço cientifico com sua consolidação através dos métodos de estudos sistematizados. Com isso toda a atividade humana dessa época em diante vai se utilizar da sistematização para se inserir nessa forma emergente de se organizar e fazer funcionar a sociedade em toda a sua plenitude.

E para registro maciço dessa sistematização crescente e dominante tem-se a criação da imprensa, logo toda a pratica social é transformada em teoria, multiplicando bibliografias de todo tipo e área de conhecimento.

Agora todas as discussões poderiam ser registradas em grandes escalas, acessadas por muitos, rediscutida e reformulada. Dentre esses inúmeros objetos de debate tem-se a Educação Física que recebe esse nome pela primeira vez com John Locke, na sua obra: Pensamentos sobre a educação (1693).

Nessa efervescência com o homem no centro das atenções o corpo volta a ser valorizado bem como suas realizações.

Influenciados pelas questões científicas, o trato do corpo ganha também cuidados metodológicos trazendo assim a sistematização das atividades corporais, as ginasticas europeia de bases biológicas, bem como a criação e disseminação do esporte moderno pela Inglaterra com ênfase no alto rendimento.

A Inglaterra e a França países hegemônicos da época ditam o tom e o ritmo da economia, política e da sociedade em geral. Procura-se assim, mercados de consumo para as mega produções industriais bem como a construção de um novo homem, capacitado

integralmente para nova ordem emergente, onde seus ideais se disseminam por todos os países do mundo.

O Brasil sendo colônia de Portugal absorve passivamente todos os ideais desse momento.

Instalam-se na nação os modelos ginásticos de bases biológicas, sendo que, durante muito tempo prevalece o adestramento físico. Todos esses acontecimentos como já foram supracitados, dão ao mundo e as questões sociais uma nova forma, característica e dinâmica; obrigando todos os setores e atividades a se reorganizarem e consequentemente a Educação Física, isto é, a sistematiza-se. Do século XVII ao XX a Educação Física obteve um avanço, que pode ser expressa; utilizando essa frase: “foi do senso comum á consciência filosófica”. SAVIANI (2003).

Após sua primeira síntese, introduzir-se no Brasil apresentando-se bem definida, trazendo a nomenclatura de Educação Física, com o proposito de condicionar o corpo e estabelecer a ordem social e a saúde do povo, através dos métodos ginásticos franceses e dinamarqueses.

Para realização de tal feito ela adentra as unidades escolares, com isso, ao fazer parte desse novo contexto escolar, em transformação, sofre novas interferências precisando se re- sistematizar, ou seja, transforma-se em ações pedagógicas em conformidade com a ideologia livresca e intelectual.

Conhecer profundamente este objeto, bem como toda problemática, a ele ligado, assim como: todo seu processo de transformação, é indispensável para uma práxis eficiente e

eficaz.

Pensando nisso elabora-se o seguinte problema: Como se deu o processo de sistematização da Educação Física como área de conhecimento no século XX no Brasil?

Com isso pretende-se explicar: o que levou a sistematização da Educação Física como área de conhecimento no século XX no Brasil? Analisar como foi pensado o corpo em alguns períodos distintos da historia, identificar e reconhecer as tendências citadas por Lino Castellani Filho em seu livro: EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL, A HISTÓRIA QUE NÃO SE CONTA.

Ao iniciar esses estudos notaram-se as seguintes relevâncias para a elaboração dessa monografia: são poucas as obras que tratam sobre a temática, pela necessidade de aprofundamento nas questões relacionadas à Educação Física, pela função social da faculdade que é a construção de conhecimentos científicos, pelo desejo de se conhecer a realidade objetiva da Educação Física como área de conhecimento, pela possiblidade de se transfo rmar

a realidade com o novo conhecimento e finalmente pelo desejo maior de descobrir algo mais avançado sobre a sistematização da Educação Física como área de conhecimento.

Para a efetivação de tamanho trato, fez-se uso dos princípios da pesquisa qualitativa utilizando uso das técnicas da pesquisa bibliográfica, bem como, da analise e seleção dos textos mais adequados, para fundamentação da obra prevista.

No que tange à técnica da pesquisa: A metodologia empregada foi de natureza bibliográfica qualitativa. Sendo uma combinação entre explicativa e descritiva. Tendo como passo inicial a leitura exploratória, seguida de uma leitura seletiva, tentando encontrar material importante para exame, eliminando os possíveis supérfluos.

Após todos esses cuidados passou-se a coleta de dados. Onde se baseou em coletas extremamente relevante, as informações foram organizadas, avaliadas e depois comentadas.

Onde se falou de algumas tendências e teorias educacionais encontradas nos textos que apontaram a sistematização da Educação Física como área de conhecimento. (LAKATOS; MARCONI, 2002).

Para realizar a análise dos dados levantados na pesquisa bibliográfica, fez-se uso também, da técnica de análise de conteúdo, que se caracteriza como:

Um conjunto de técnicas de análises de comunicações, visando, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, obter indicadores quantitativos ou não, que permitam a interferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) das mensagens (BARDIN, 1987 apud TRIVIÑOS, 1987, p. 160).

Segundo Triviños (1987, p. 161) as três etapas básicas no trabalho com analise de conteúdo, são elas:

1. Pré-analise - é a fase onde organizamos e fizemos a leitura (flutuante) do material que foi objeto de estudo, para constituir o corpus da investigação (os livros pesquisados), que é a especificidade do campo no qual fixamos a nossa atenção;

2. Descrição analítica – se inicia já na pré-análise, mas nessa etapa, as literaturas utilizadas, que tratam da sistematização da educação física, corpus de investigação, foram submetidos a um estudo mais aprofundado, orientado em princípio pelo referencial teórico. Nessa fase foram construídos corpos de referências com os dados retirados das obras analisadas, a partir do processo de categorização;

3. Interpretação referencial – nesta fase apoiado em nosso referencial teórico, bem como nos corpos de referencias construídos na fase de descrição analítica nos aprofundando

na nossa análise ao conteúdo latente das bibliografias que tratam da sistematização da educação física como área de conhecimento.

A sistematização da Educação Física como área de conhecimento no século XX no Brasil, fato que pode ser entendido sobre inúmeras, perspectivas, abordagem, logicas e outras tantas formas de se organizar o pensamento. Mas vai-se abordar o assunto seguindo a orientação também de TRIVIÑOS (1987, p. 65.66.) no tocante ao estudo de cada assunto como objeto dizendo que:

A simples vistas, os objetos, as coisas e os fenômenos se distinguem entre si pela sua qualidade, isto é, pelo conjunto de propriedades que os caracterizam. Desta maneira, a qualidade representa o que o objeto é e não outra coisa. A distinção da qualidade do objeto, isto é, do objeto entre outros objetos, é a primeira fase do conhecimento do objeto. Isto quer dizer que o objeto se nos apresenta e os separamos dos outros objetos pelo conjunto de suas propriedades.

Pelo que identificar um objeto, separa-lo dos demais é um principio básico quando se pretende sistematizar, ficando isso claro durante o processo de sistematização da educ ação física, Então iniciando a discussão do assunto; se terá o entendimento de que tanto a sistematização quanto a sistematização da Educação Física são objetos distintos, mas que se relacionam.

Logo se percebe que essa colocação de TRIVIÑOS (1987) esta intimamente ligada à sistematização, entendendo-se que, separar elementos e acontecimento será fundamental para estudo da temática escolhida, durante todo o processo de investigação.

E para melhor explanação e compreensão do assunto escolhido se distribui tal estudo nos seguintes capítulos:

Introdução

Fundamentação e conceitos indispensáveis

Acontecimentos históricos sociais

Bases biológicas na Europa Bases biológica no Brasil Sistematizar para adestrar o físico Esportivização

Bases antropológicas sociais: processo de mudança

Tendências e teorias educacionais

Teoria crítica superadora

As discursões aprofundadas nas áreas acadêmicas e um capítulo de Considerações finais, sendo que neste encontra-se: um apanhado geral epistemológico, a afirmação da utilização de conhecimento de outras área, apresentação da lógica desenvolvida para construir o pensamento sobre a sistematização da Educação Física, o entendimento da Educação Física como objeto distinto, estabelecimento de conceitos e definições sobre a sistematização, apresentação de marcos históricos e sociais, apresentação de uma evolução sistemática que vai desde uma organização de uma simples atividades a muitas teorias educacionais e entendimentos.