Pedagogia do silenciamento - Resumo de capítulo

FERRAREZI JR., Celso. A urgência da mudança. In.: ________. Pedagogia do silenciamento A escola brasileira e o ensino de língua materna. São Paulo: Parábola Editorial, 2014, p. 89-112.

No texto disposto o autor interpela as questões que são negligenciadas no atual sistema educacional brasileiro, qual permanece repetindo configurações de décadas de ensino fracassado. As críticas, de modo geral, que estão relacionadas às deficiências, são direcionadas, especificamente, à conjuntura de ensino público. É válido ressaltar que no capítulo referido o autor não culpabiliza essas instituições individualmente, mas todo o conjunto em que estão inseridas. Ferrarezi cria um diálogo entre as bases de ensino primário e as séries mais avançadas do ensino fundamental, traçando um paralelo evolutivo. Em sua pesquisa, feita através dos materiais que foram coletados de alunos dessas instituições, constata que os processos de aprendizado estão estagnados. Os alunos mantêm uma bagagem epistemológica linear independentemente do grau escolar que estejam, e ainda carregam o que Ferrarezi chama de “cicatrizes”. A proposta trazida nesse último capítulo, que encerra toda a discussão acerca do silenciamento proporcionado por esse sistema, nos provoca a refletir sobre a relevância de uma possível restauração dessas metodologias que estão sendo aplicadas em nossas salas de aula, e retrata a calamidade desse evento que vem sendo reforçado ao longo dos anos com a repetição dessas práticas, acentuando a necessidade emergencial de intervenções diretas nos meios e nas formas de ensino. A reflexão também circunda os entroncamentos de prejuízo causados por essa má estruturação, que crescem e se espalham por todos os setores sociais. As preocupações do autor são referentes a pouca, ou inexistente, conciliação de educadores e estudantes no que tange aos conteúdos trabalhados em sala. Alguns princípios gerais são: a realização plena do que ele chama de “as quatro habilidades básicas da comunicação”, saber ouvir, falar, ler e escrever; a permissão do desenvolvimento e aprimoramento de diversas modalidades de manifestação artística; reconhecimento da necessidade de maior tempo curricular para o estudo e desenvolvimento da linguagem do aluno; denúncia de qualquer silêncio por constrangimento e por violência de qualquer ordem; entre outros. O que fica muito bem demarcado é a vontade de mudança que autor possui. A esperança veemente de que apenas com nosso empenho poderemos reverter esse quadro assombroso e nos tornar melhores educadores e estudantes, assumindo assim o compromisso de sempre estarmos atentos à nossa educação, em especial àquela que nos deve ser ofertada genuína e gratuitamente.

Taíse Dourado
Enviado por Taíse Dourado em 10/08/2016
Reeditado em 10/08/2016
Código do texto: T5724103
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