Sugestão de acompanhamento da produção de texto e estratégias didáticas de letramento

É interessante sua pedagogia de acompanhar cada aluno na carteira e ver seu conteúdo e checar a comunicação e os exercícios propostos. Sei que em outras disciplinas como a matemática, também os professores têm adotado essa postura educativa com bons resultados. Sei também que em ambas as disciplinas - "carros-chefes da educação fundamental" - os alunos manifestam dificuldades e seus traumas advindos antes e depois que entram na escola. E exigem dos professores um tratamento ombro a ombro com os alunos com deficiência e muitos dispersos. As dificuldades maiores com a produção de texto são de ordem do letramento e da produção. Eles ficam com a dificuldade se colocar na posição de quem recebe ou vai ler o texto deles. É um duplo trabalho mental e emocional: ser escritor e, ao mesmo tempo, imaginar, intuir e (re)criar o texto ou dialogar com textos ou propostas de gêneros (receita, conto, crônica, poema, artigo de opinião, etc.) e ainda usar de coerência e criatividade, tanto no curso fundamental quanto médio. Assim, o professor tem um longo trabalho no ano letivo para agendar esse processo de letramento com o aluno - acompanhar seus avanços (é o que desejamos - para serem cidadãos ativos) e superar suas defasagens e traumas (um trabalho com o professor especialista, o professor mediador, conhecer um pouco da história do aluno e da família, sua origem e condição social e econômica - em que possa sair da passividade para a autonomia de leitor e escritor de sua vida e de sua história, assumindo outros papeis na sociedade e se profissionalizando futuramente no Senai, Etec, ENEM (CURSO MÉDIO) como caminhos e as Universidades como espaços de formação profissionais em si. A Olimpíada da Língua portuguesa é um momento bom para a produção: infelizmente, poucos ainda se propoem a trilhar - devido aos prazos apertados de entrega de textos, a grande dificuldade dos alunos na produção temática e visualização de situações-problemas, a delimitação de argumentos e sua seleção por relevância e convencimento. O livro didático - às vezes - nos propõe também momentos inesquecíveis cujo procedimentos da situação inicial (com imagem, música, na sala de leitura e informática) podem fazer a diferença nas nossa aulas planejadas (Planejamento da proposta e apresentação de temas), depois a produção inicial (com as fases de revisão, sugestão de modificações de tema e reescrita dos textos) e, finalmente, a produção definitiva (com a convicção do bom texto, corrigido, reelaborado, reescrito para entregar ao professor e à comissão da Olimpíada.

Quero partilhar com você e os colegas e as colegas: "Escrever é interação e expressão, (o prefixo “ex-“ indica o movimento para fora do eu diante do outro e dos meios ou veículos de comunicação’) é uma das formas de manifestação verbal das ideias, informações, intenções, crenças ou dos sentimentos partilhados com alguém e dado contexto e intencionalidade. Os gêneros textuais provocam ou endossam a produção textual como processo interacional, dialógico e social." ANTUNES, 2003, p. 45)

Ainda minha pesquisa: "Qual o significado de hipônimo e hiperônimo?

Hiperônimo é toda palavra que possui sentido amplo, geral. Enquanto hipônimo é justamente o contrário, é a palavra na sua especificidade.

Por exemplo: Mundo Educação e site – site é hiperônimo de Mundo Educação, já que este último faz parte, ou seja, está inserido no primeiro.

Da mesma forma, eletrodoméstico é hiperônimo de micro-ondas que, por sua vez, é hipônimo.

Disponível em; http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/hiponimos-hiperonimos-holonimos-meronimos.htm. Acesso em: 06/08/16.

Sei que no meu tempo de menino-aluno, havia as paisagens e interesse de produzir alguns textos motivados pelas histórias. As professoras chamavam contadores de histórias, havia fantoches, brincadeiras e dramatização. Com o tempo, o celular tomou conta da ordem do dia e da sala. O professor vai ficando ilhado na sala e um guerreiro para dar conta de tudo. Mas, ainda somos gente varonil e homens e mulheres de brio. Seguir o currículo, o livro didático com a nossa capacidade e experiência são pontos certas de que a educação está no caminho ético e buscando qualidade. Produção de texto com desafios e um processo cujo passo primeiro está conosco e no aluno que vai amadurecendo aos poucos. Lá na frente, sim, veremos mais e bons resultados. Veja, em anexo, meu livro virtual: uma consideração sobre o uso responsável da internet na escola: desafios e dificuldades. Agradeço se puder ler. Parabéns a todos nós!

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Produção de texto como prática social: “a escrita é um processo individual e dialógico: proposta inicial do tema, produção inicial e final.”

“O nível de letramento é determinado pela variedade de gêneros textuais com os quais a criança ou o adulto conseguem interagir. Todos os textos surgem na sociedade pertencendo a diferentes categorias ou gêneros textuais que relacionam os enunciadores com atividades sociais específicas. Trata[-se] (...) de compreender como esse texto funciona em sociedade...

São Paulo (Estado), Secretaria da Educação. Currículo do Estado de São Paulo: Linguagens, códigos e suas tecnologias; coordenação geral, Maria Inês Fini; coordenação de área, Alice Vieira. 2ª ed. São Paulo, SE, 2012, p. 33.

O interacionismo sociodiscursivo aborda a natureza enunciativa do enunciado em Bakhtin; Vygotski aponta a psicológica da linguagem e do pensamento em Dolz e Schneuwly (2004).

Tipologia: tipos e gêneros de textos escritos e orais. Debate, poemas, contos, amostra de crônicas.

Condições de produção: Objetivo para produção textual, destinatário, circulação, veiculo ou veículo textual.

Construção da textualidade: temática, proposta, planejar, revisão, reescrita e reelaboração dos fatores de textualidade (coesão e coerência)

Bronckart (2003) afirma sobre a situação de comunicação envolve a física do mundo: o lugar- momento da produção, o emissor e o receptor: do mundo sócio-subjetivo – a instituição social da interação, o papel social do enunciador e do destinatário e seu objetivo de interação. E a temática nos mundos físico-social que é possível na memória do produtor de texto.

Para isso veja o Rodrigo Acosta Pereira “Ensino de produção textual: questões teóricas e didáticas”, disponível em: www.letramagna.com/textual.pdf.

A produção textual inclui a gramática, retórica, prática social, linguística, cognitiva. Há necessidade de conhecimento textual-gramatical (sintaxe, pontuação, coesão e coerência), pragmático (situação COMUNICATIVA e práticas sociais) e discursivo (gêneros e seu contexto produtivo).

Criticidade: análise e sínteses envolvendo pesquisa bibliográfica, experiência, argumentação e escrita convincente e coerente.

Planejamento requer delimitação do tema e coerência da argumentação dos aspectos do tema. A unidade exige planejar e estruturar e selecionar argumentos no texto ou a paragrafação e o uso de conectivos ou estruturas coesivas

“A circulação do artigo de opinião ocorre em jornais e revistas (suportes) impressos ou online.”.

Escrever é interação e expressão, (o prefixo “ex-“ indica o movimento para fora do eu diante do outro e dos meios ou veículos de comunicação’) é uma das formas de manifestação verbal das ideias, informações, intenções, crenças ou dos sentimentos partilhados com alguém e dado contexto e intencionalidade.

Os gêneros textuais provocam ou endossam a produção textual como processo interacional, dialógico e social (ANTUNES, 2003, p. 45).

Escrever e receber a produção são “referência e uma tematização organizada bilateralmente pela coerência e pela coesão" (SIQUEIRA, 1988, p. 167).

FATORES DE TEXTUALIDADE DO TEXTO – CONSTRUTUÇÃO DO TEXTO

Coesão (ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO) é a unidade formal do texto: seu léxico e gramática estrutural.

Coerência (SENTIDO DO TEXTO) é a unidade semântica, cognitiva e argumentativa do texto: temática e convencimento pela lógica do texto.

E a pragmática do texto (situação) é vista como “produção textual - atividade verbal, a serviço de fins sociais e, portanto, inserida em contextos mais complexos de atividades.” Koch (2005, p. 26) Ou seja, a produção textual acontece para alcançar metas de representar o psicossocial e a interação por meio da escrita, lá onde a linguagem oral não mais está.

Gêneros são práticas discursivas das escritas. Os conteúdos gramaticais clássicos podem ser ministrados melhor no curso médio. No fundamental, o aluno deve desempenhar a interpretação e produção de texto como práticas sociais como cidadãs.

Produção de textos - William R. Cereja - https://www.youtube.com/watch?v=YurfEKEZ8P0

Coerência - https://www.youtube.com/watch?gl=BR&v=dz6-QI5ActQ

Enviado em 12 de set de 2010 - Trecho do programa "Conexão e e cia. da série Palavra Puxa Palavra da MultiRio. Educopédia - SME-Rj

“Pode haver texto sem coesão (infelizmente), sem coerência nunca!” Incoerência é para provocar questionamento, humor, etc. Mas, é fundamental pra ser entendido por ou entre pessoas.

A coesão, logicamente, implica a armação do texto: a repetição, progressão, não contradição e relação entre palavras e conectivos e a estrutura e seleção vocabular (coesão lexical: uso do sinônimos e hiperônimos). A Coesão gramatical contextualiza: artigo, pronome, adjetivo, determinados advérbios e expressões adverbiais, conjunções e numerais.

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Referências bibliográficas

ANTUNES, I. Aula de português: encontro & interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003.

________. “Avaliação da produção textual no Ensino Médio”. In: BUZEN, C.; ANTUNES, I. Lutar com palavras: Coesão e coerência. São Paulo: Parábola Editorial, 2005.

BRONCKART, J.-P. Atividade de linguagem, textos e discursos: Por um interacionismo sociodiscursivo. Trad. Anna Raquel Machado e Péricles Cunha. São Paulo: EDUC, 2003.

DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, Bernard. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004.

FÁVERO, L. L. & KOCH, I. G. V. Linguística Textual: Introdução. São Paulo: Cortez, 2005.

KOCH, I. G. V. O texto e a construção de sentidos. São Paulo. Contexto, 2005.

MARCUSCHI, L. A. “Gêneros textuais: definição e funcionalidade”. In: DIONÍSIO, Â. et al. Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.

MENDONÇA, M. (org.). Português no Ensino Médio e formação do professor. São Paulo: Parábola, 2006. p. 163-180.

MOTTA-ROTH, D. O. “Ensino de produção textual com base em atividades sociais e gêneros textuais”. Revista Linguagem em (Dis)curso, Florianópolis, v. 6, n. 3, set./dez. 2006.

PEREIRA, Rodrigo Acosta. Ensino de produção textual: Questões teóricas e didáticas. Disponível em: http://www.letramagna.com/textual.pdf

SIQUEIRA, J.H.S. "Uma proposta para o ensino/aprendizagem de redação: Alguns critérios para coesão e coerência do texto". Trabalhos de linguística aplicada (12). Jul/dez. 1988.

J B Pereira
Enviado por J B Pereira em 06/08/2016
Reeditado em 06/08/2016
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