Educação: formadora de cidadãos.

Educação e cidadania.

Surgida da Grécia Antiga, mais precisamente em Atenas, a cidadania, correspondia ao gozo de direitos civis e o cumprimento de deveres, de modo que, tornava as pessoas coesas, participativas e críticas, no ambiente social e politico.

Para que mantivessem este conceito e o aprimorassem-no, os gregos, utilizaram a base de toda sociedade; á educação. Na época, conhecida como "Paideia", que era utilizada como um instrumento da formação de pessoas para cidadãos. A Paideia tinha como o intuito não apenas instruir ou preparar o individuo, mas torna-lo critico diante da sociedade; era uma educação que buscava a formação integra do cidadão. Embora tenha sido excludente, já que denominados cidadãos eram apenas os homens maiores de idade. Ainda sim, partia daquela civilização á cultura que seria agregada pelo ocidente, a partir do século XVII.

Do século XVII para os dias atuais, a educação e a cidadania, distanciaram-se gradativamente, de modo que, a educação, cujo, na época grega era formadora de cidadãos, atualmente, tornou-se formadora de mão-de-obra, devido ás necessidades econômicas que as sociedades ocidentais adotaram. Portanto, a educação perdeu sua função social de ampliadora da cidadania.

Seguindo as ideias de Paulo Freire, percursor critico da educação ocidental, cujo, demonstra em seu livro " Pedagogia do Oprimido", como a forma de educação reprodutiva, na visão "bancária", mantém os educandos á alienação imposta, onde: "(...)que nesta visão "bancária" da educação, os homens sejam vistos como seres da adaptação, do ajustamento. Quanto mais se exercitem os educandos no arquivamento dos depósitos que lhes são feitos, tanto menos desenvolverão em si a consciência crítica", pois, "(...) para estes, o fundamental não é o desnudamento do mundo, a sua transformação. O seu "humanitarismo", e não humanismo, está em preservar a situação de que são beneficiários e que lhes possibilita a manutenção de sua falsa generosidade.".

Comparando as passagens do livro com a descrição histórica, presente nos primeiros parágrafos, podemos ver que houve um distanciamento entre cidadania e educação, do qual, mantinham, nos tempos gregos, estreita proximidade. Este distanciamento difunde diretamente aos problemas sociais, do qual o Ocidente vive, pois se a educação é o que nutri a sociedade, esta tem sido desnutrida de autonomia e liberdade e nutrida pela dominação e satisfação dos dominadores, ou seja, uma camuflada cidadania.